Presidente da Uefa, Aleksander Ceferin venceu queda de braço com clubes que queriam a SuperligaAFP

O projeto da Superliga, uma competição privada que esteve perto de revolucionar o futebol europeu no ano passado, está "encerrado" por "pelo menos 20 anos", afirmou nesta quarta-feira o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin.
"Primeiro, não gosto de chamar de Superliga, porque é qualquer coisa, menos uma Superliga", disse Ceferin depois do 46º Congresso da Uefa em Viena, um ano depois de uma edição influenciada pela surpreendente ideia de 12 grandes clubes europeus de criar uma nova competição.
"Acho que este projeto está encerrado para sempre, ou pelo menos por 20 anos", afirmou o dirigente esloveno em entrevista coletiva, quando Juventus, Real Madrid e Barcelona ainda mostram o desejo de realizar o torneio.
Ceferin não quis comentar sobre a eventual retomada do processo disciplinar da Uefa contra os três clubes, congelado no ano passado por ordem de um tribunal espanhol, que acaba de ser suspensa pelo mesmo após uma apelação, enquanto um processo na Corte de Justiça da União Europeia (CJUE) também está em curso.
"Devemos respeitar os tribunais e esperar uma decisão final", comentou o esloveno, que no início do Congresso contou com o apoio político ao modelo "aberto" do futebol europeu de Margeritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia.
Indagada pela justiça espanhola sobre um eventual abuso por parte da Uefa de sua "posição dominante", a CJUE pode dar uma resposta no final do ano, potencialmente decisiva para a entidade máxima do futebol europeu e também pra outros esportes.
Confiante, Ceferin acredita que a Uefa não está em situação de "monopólio" ou infringindo o direito europeu de concorrência, já que "ninguém é obrigado a disputar nossas competições" e "nenhuma federação é obrigada a ser membro da Uefa".
"Todos têm o pleno direito de criar sua própria Uefa, de jogar sua própria competição. Mas é certo que, com o nosso regulamento, quem disputar outra competição não pode disputar a nossa", disse.