Presidente da Fifa, Gianni Infantino Foto: Geoff Caddick/AFP

Rio - A Corte Arbitral do Esporte (CAS) marcou para o dia 5 de julho uma audiência para ouvir o apelo da Federação Russa de Futebol contra as atuais punições impostas ao futebol da Rússia em razão da guerra promovida pelo país na Ucrânia. A seleção nacional e os clubes russos estão suspensos das competições organizadas pela Fifa e pela Uefa.
Haverá, ainda, uma segunda audiência, em 11 de julho, para avaliar um recurso movido por quatro clubes que desejam o fim do veto da Uefa: CSKA, Zenit, Dynamo Moscou e Sochi. Campeão nacional na temporada passada, o Zenit teria vaga garantida na Liga dos Campeões da temporada 2022/2023, mas as sanções fizeram o time ser substituído pelo Celtic, campeão escocês. O Sochi, por sua vez, estaria na disputa das preliminares por uma vaga na fase de grupos.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, as datas das audiências foram confirmadas por advogados e autoridades ligadas aos casos, e o CAS deve formalizar o calendário nos próximos dias. Os clubes podem solicitar veredictos urgentes antes do início das fase iniciais das competições europeias.
A Uefa e a Fifa anunciaram as sanções no final de fevereiro, em comunicado no qual disseram que "o futebol está unido em solidariedade às pessoas afetadas na Ucrânia". A Federação Russa tentou impedir a suspensão por causa dos playoffs das eliminatórias da Copa do Mundo, mas não conseguiu. A Polônia, que seria a adversária, se recusou a jogar a partida, movimento apoiado pelos advogados da Fifa.
Mais tarde, os poloneses conseguiram se classificar para a Copa do Catar. Assim, mesmo que a punição contra a seleção russa seja retirada, o CAS não deve dar brecha para uma disputa judicial pela vaga no mundial.
A tendência é que os casos focados no futebol abram espaço para audiências sobre outros apelos russos, inclusive do Comitê Olímpico do país. Segundo o COI (Comitê Olímpico Internacional), a suspensão de atletas e equipes russas de competições organizadas sob sua chancela não é uma represália, mas uma forma de proteção em uma época de "sentimentos anti-Rússia".