Martine Grael e Kahena KunzeJonne Roriz/COB

A cada Olimpíada os brasileiros sabem que podem esperar pelo menos uma medalha da vela. E ela veio na Tóquio-2020 da melhor maneira possível, com mais um ouro, o oitavo da modalidade, que segue como a mais vitoriosa do Brasil. As responsáveis foram Martine Grael e Kahena Kunze, que chegaram em terceiro lugar na última regata e garantiram o bicampeonato olímpico na 49erFX, um feito histórico para poucos.
"A gente coloca muita dedicação no que a gente faz. Mas não acho que podemos ser consideradas fenômenos. Tem muito trabalho envolvido", celebrou Martine.
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Vencedoras também na Rio-2016, Martine e Kahena entraram para o seleto grupo de brasileiros bicampeões, que conta com Adhemar Ferreira da Silva (1952/1956), do atletismo, e dos jogadores de vôlei Giovane e Mauricio (1992/2004), Serginho (2004/2016), Sheilla, Jaqueline, Fabi, Fabiana, Paula Pequeno e Thaisa (2008/2012). Além deles, também há velejadores na lista, o que mostra a força da modalidade: Robert Scheidt (1996/ 2004) e a dupla Torben Grael e Marcelo Ferreira (1996/2004).
"É uma honra estar perto desses atletas que fizeram história", comentou Kahena.
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E com o ouro de Martine e Kahena, a vela chegou a 19 medalhas nas Olimpíadas, atrás apenas do judô, que tem 24. Entretanto, nenhum outro esporte conquistou oito ouros dos 33 do Brasil nos Jogos. E muito desse sucesso se deve à família Grael.
Além das conquistas de Martine, o pai Torben é o brasileiro com mais medalhas olímpicas: cinco, ao lado do também velejador Robert Scheidt. São dois ouros, uma prata (Los Angeles-1984) e dois bronzes (Seul-1988 e Sydney-2000). A família Grael ainda tem dois bronzes com Lars, tio de Martine (Seul-1988 e Atlanta-1996).
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São nove medalhas para o clã Grael, que começou a tradição na vela olímpica com Axel e Erik, tios de Torben, na década de 60. Na Tóquio-2020, além de Martine, o irmão Marco também competiu, na classe 49er, mas ficou em 16º lugar.
"Para mim, é melhor ver as realizações dos meus filhos do que as minhas. A gente sofre demais quando está fora e não está competindo. Acho que a Martine puxou esse lado da competição e essas duas trabalham muito, você não tem ideia", disse Torben, que é chefe da equipe de vela do Brasil.
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Confira as oito medalhas de ouro da vela do Brasil nas Olimpíadas:
Moscou-1980: Marcos Soares e Eduardo Penido; Alexandre Welter e Lars Björkström
Atlanta-1996: Torben Grael e Marcelo Ferreira; Robert Scheidt
Atenas-2004: Robert Schedit; Torben Grael e Marcelo Ferreira
Rio-2016 Martine Grael e Kahena Kunze
Tóquio-2020: Martine Grael e Kahena Kunze