Manuseio do camarão marinho na fazenda biomar Foto montagem/Divulgação

Guapimirim - Risoto de camarão, bobó de camarão, rissole de camarão, camarão frito com limão... Tudo isso é bom demais. Pena que nem todos podem comer, porque em algum momento da vida apresentam alergia. E um desses motivos pode ser o uso de metabissulfito de sódio (Na2S2O5), conservante utilizado para evitar a melanose, ou seja, evitar o aparecimento de manchas negras logo após a despesca, já que o processo de decomposição se inicia logo após a retirada de seu ambiente. Mas, em Guapimirim é possível se deliciar dessa iguaria sem o uso de tal produto químico.
A despesca consiste em retirar os camarões dos viveiros de engorda e mergulhá-los numa solução de metabissulfito de sódio, com temperatura de 5ºC e mantida em gelo.
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O metabissulfito de sódio é usado como corante branqueador na indústria da cerâmica e do cortume, por exemplo, e também para a remoção de tocos de árvores. Como aditivo alimentar pode causar asma, irritação na pele e no estômago.
Mesmo sem praia em Guapimirim, o cultivo é feito em água salgada. Foram utilizados o equivalente a 120 carros-pipa de água do mar, devidamente tratada com decantação e cloração e livre de patógenos. A ideia de criar camarão marinho surgiu em 2014 pelo empresário Luciano de Carvalho. Ele já conhecia essa cidade, mas, com o aumento da violência na capital fluminense e os altos impostos e alugueis, ele decidiu se mudar com a família para esse município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A partir de 2018, o projeto começou a ser iniciado e mesmo com a pandemia de coronavírus (Covid-19), no início de 2020, ele decidiu continuar, por não haver outra alternativa, já que tinha investido dinheiro e tempo nesse novo empreendimento.
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“Já estamos no quarto ciclo de produção. Ainda é uma fase embrionária do projeto. Ele é bem complexo e a pandemia aumenta o desafio. Nossa perspectiva no futuro é de produzirmos uma tonelada de camarão por mês. Nossa proposta é levar até os consumidores fluminenses um camarão extremamente fresco e, o principal, sem o metabissulfito de sódio, que é um conservante utilizado em 99% dos crustáceos encontrados no mercado do Sudeste”, contou o empresário ao O Dia.
O uso do produto químico é regulado e limitado a 100 ppm (partes por milhão). Em excesso, polui o meio ambiente e em excesso pode ser perigoso para a saúde. Uma das causas da alergia pode ser a presença de enxofre na forma de sulfito. Outra possível causa de reações alérgicas é a presença da tropomiosina, uma proteína comum encontrada na carne de crustáceos como camarão, siri e caranguejo e lagosta, por exemplo.
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A procura por produtos saudáveis e sem produtos químicos tem sido cada vez maior. Além de camarão sem metabissulfito de sódio, em Guapimirim também é possível comer alimentos orgânicos e sem agrotóxicos produzidos na agricultura familiar.
A Fazenda Biomar Camarões Premium fica na Rua Eduardo Pereira Martins, 17 - Vale das Pedrinhas, Guapimirim.
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Telefone para contato (21) 98283-3330