Por rafael.nascimento
Rayanne%2C grávida de sete meses%2C sumiu na última sexta-feira na Central do Brasil Reprodução Facebook

Rio - Familiares e amigos de Rayanne Christini Costa, de 22 anos, grávida de sete meses, desaparecida na última terça-feira, estão recebendo mensagens racistas e preconceituosas nas redes sociais. Não bastasse todo o sofrimento com a demorar da Polícia Civil em trazer respostas para o sumiço da jovem eles agoram sofrem com mais uma dor: a de lidar com insultos e xingamentos em um momento desesperador. 

Como o DIA tem mostrado desde sexta-feira, Rayanne desapareceu, na Central do Brasil, após marcar um encontro para receber doações de roupas e fraldas para a filha que deverá nascer daqui a dois meses. A vítima iria encontrar como uma mulher, a princípio identificada como Lídia, que conheceu em um grupo de doações na internet. Ela iria até Magé, na Baixada Fluminense, onde pegaria, na casa da suspeita, o enxoval. 

Uma das mensagens que familiares de Rayanne teriam recebido Reprodução

Jupira Costa, uma das tias da moça, afirma que tem recebido, todos os dias, ligações, mensagens e comentários do suposto paradeiro da mulher. No entanto, segundo ela, muitas mensagens são de cunho racista. "Nesta semana recebemos a seguinte mensagem de uma pessoa: 'Esse bebêzinho não custa mais que R$ 10 mil no mercado negro. Ainda mais prematuro. O valor vai uns 15%, ou seja, vai valer no máximo R$ 8 mil. É melhor destrinchar os órgãos e vende-lós avulso. O lucro triplicaria'", dizia uma mensagem que a tia recebeu. "Isso é um absurdo, estamos sofrendo. Estamos recebendo diversas ligações. Não tenho nem mais a conta que quantas pessoas nos ligaram para informar o suposto paradeiro da Rayanne", diz.

Segundo a parente, eles já estiveram em vários hospitais do Rio e da Baixada Fluminense, após "receberem informações do paradeiro" da jovem. "Já fomos nos hospitais Miguel Couto (na Gávea), no Souza Aguiar (no Centro), no da Lagoa (Hospital Federal da Lagoa), após recebermos notícias dela. As pessoas estão brincando com a nossa dor. É inacreditável que um ser humano faça isso com o outro", conta Jupira. De acordo com a família, o telefone da jovem continua desligado desde o dia de seu desaparecimento.

Cartaz que a Polícia Civil divulgou Divulgação

Para auxiliar na procura, a Polícia Civil lançou um cartaz que estampa o rosto da vítima. As investigações do desaparecimento seguem em andamento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). 

O DIA entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Civil para que o órgão comentasse sobre o andamento investigações do desaparecimento da vítima e sobre os trotes que a família tem recebido. No entanto, o órgão não respondeu os questionamentos da reportagem.
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Quem tiver qualquer informação que possa contribuir com as investigações pode entrar em contato com a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) pelos telefones (21) 2202-0338 / 2582-7129 ou com a Central de Atendimento ao Cidadão (CAC) pelos telefones (21) 2334-8823 e 2334-8835 ou pelo chat https://cacpcerj.pcivil.rj.gov.br.
Reportagem do estagiário Rafael Nascimento 
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