Rio - Moradores do Leblon fizeram um abaixo-assinado contra a prisão domiciliar da ex-primeira dama Adriana Ancelmo. A mulher do governador Sérgio Cabral saiu do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na noite desta quarta-feira, e foi voltou para sua casa no bairro da Zona Sul. Assim como no dia anterior, algumas pessoas faziam um protesto em frente ao condomínio da advogada na manhã desta quinta.
Os manifestantes penduraram um cartaz em um poste na porta do prédio, com a frase: "Quem quer Adriano Ancelmo de volta para Bangu, buzine". Eles também seguraram outros papéis, nos quais era possível ler os dizeres "Aqui no Brasil o crime compensa" e "Todos são iguais perante a lei, menos no RJ". No abaixo-assinado, pendurado na vitrine de uma loja do bairro, os moradores escreveram: "Não queremos Adriana Ancelmo de volta no Leblon. Fora!".
A mulher do ex-governador, que continua preso em Bangu, é apontada como participante de esquema milionário de recolhimento de propina. Ela estava presa preventivamente desde dezembro de 2016. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, emitiu o alvará de soltura de Adriana durante a tarde desta quarta-feira.
Bretas concedeu a mudança no regime prisional em 17 de março, mas a decisão foi suspensa pelo desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Depois, defesa de Adriana conseguiu a manutenção da decisão de Bretas no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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Pedidos negados
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) rejeitou, por unanimidade, nesta quarta-feira, os pedidos feitos pelas defesas de Adriana Ancelmo, e dos operadores do esquema de Cabral, Wagner Jordão Garcia e Sérgio Castro de Oliveira, todos presos preventivamente pela Operação Calicute.
Adriana Ancelmo tinha pedido ao tribunal para que o processo derivado da Operação Calicute, no qual é ré por lavagem de dinheiro e associação criminosa, deixasse a competência da 7ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro. A alegação da defesa de que o processo não teria relação com a Operação Saqueador foi negada pelos desembargadores.
Já os réus Wagner Jordão e Sérgio Castro de Oliveira, investigados nas operações Calicute e Eficiência, tiveram rejeitados pelos desembargadores os pedidos de liberdade provisória e prisão domiciliar. O tribunal seguiu o entendimento da Procuradoria Regional da 2ª Região de que essas prisões preventivas continuam legais e necessárias devido à importante participação deles na organização criminosa.
O julgamento do habeas corpus em nome de Luiz Paulo Reis, outro réu da Calicute, foi adiado pelo tribunal para a próxima sessão da Primeira Turma.
Reportagem do estagiário Rafael Nascimento