Rio - Uma semana após a morte da adolescente Maria Eduarda Alves Ferreira, a Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza será reaberta nesta quinta-feira. A menina, de 13 anos, foi baleada enquanto fazia uma aula de Educação Física no colégio. A partir das 10h, haverá um culto ecumênico e outras atividades. Além disso, jogadores de basquete do Flamengo, time de coração da vítima, também participarão da cerimônia.
A Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Lazer informou que 1.537 escolas da cidade farão um dia de mobilização contra a violência nesta quinta-feira. Nesta manhã, a Escola Municipal Professor Afonso Varzea, no Complexo do Alemão, preparou homenagens à Maria Eduarda.
Assim como mostrou o jornal Voz das Comunidades, professores e alunos penduraram diversos cartazes no portão do colégio pedindo paz. Eles também deram um abraço coletivo em volta da escola.
Tiro em Maria Eduarda partiu de PM
Um dos tiros que atingiram a estudante Maria Eduarda, morta dentro da escola em Acari na semana passada, partiu de um dos dois policiais militares que foram presos na sexta-feira, conforme reportagem da GloboNews. Como O DIA adiantou, a perícia concluiu que a cápsula era de um fuzil calibre 7.62.
Para identificar a autoria do disparo, a Polícia Civil confrontou um projétil retirado do corpo com o das armas apreendidas com os PMs e criminosos, que trocaram tiros ao lado da Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza, onde Maria Eduarda estudava.
A Delegacia de Homicídios, responsável pela investigação, continua fazendo confrontos balísticos para concluir o inquérito e divulgar oficialmente o laudo.
Os disparos que atingiram Eduarda foram feitos por diferentes direções. No corpo de Eduarda havia cinco lesões, sendo duas no lado direito do pescoço, perto da orelha, e duas nas nádegas, que podem ter sido causadas por um único disparo, e outra na coxa esquerda.
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Os dois policiais envolvidos no caso da estudante — o cabo Fábio de Barros Dias e o sargento David Gomes Centeno — foram presos por atirar em dois supostos traficantes, que estavam caídos no chão e aparentemente desarmados. Em um vídeo, que mostra a ação, é possível ver que um dos policiais recolhe a arma ao lado de um dos homens caídos.
Os PMs não possuíam nenhuma anotação criminal, mas juntos, estão presentes em 16 inquéritos que apuraram mortes em confronto. No total, os nomes dos dois aparecem em 37 inquéritos do tipo, mas em muitos não são eles os autores, somente testemunhas. Ontem, os pais de Maria Eduarda prestaram depoimento na Divisão de Homicídios.