Por gabriela.mattos

Rio - Manifestantes marcaram um novo ato contra as reformas da Previdência e Trabalhista, na Cinelândia, na manhã desta segunda-feira, Dia do Trabalhador. Eles vão protestar também contra a repressão durante passeatas. Na última sexta-feira, uma manifestação terminou em confronto nas ruas do Centro. PMs jogaram bombas e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Além disso, grupos incendiaram lixeiras, ônibus e fizeram barricadas nas vias.

No evento no Facebook, mais de 8,5 mil pessoas já confirmaram presença. O protesto está previsto para começar às 11h, com um espaço para as falas de movimentos sociais. Ao meio-dia, deve ocorrer um ato ecumênico e, às 13h, as centrais sindicais vão se manifestar. Às 14h, haverá um ato político-cultural.

Houve confusão e correria em vias do Centro na última sexta-feiraMárcio Mercante / Agência O Dia

Maior greve desde 1989

A greve geral desta sexta-feira atingiu cidades de todos os estados do Brasil e teve adesão de milhões de trabalhadores, mas não chegou a parar o país. No fim da sexta-feira de protestos pelo país, sindicalistas e governo cantaram vitória.

Segundo a CUT, o movimento contra as reformas da Previdência e Trabalhista foi a maior greve já realizada no Brasil e teria contado com a adesão de mais de 35 milhões de brasileiros, que foi o número registrado em uma paralisação em 1989. “Não tínhamos uma greve geral desde 1992. Paramos o país”, disse Marcelo Rodrigues, presidente da CUT-RJ.

Já o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, considerou a greve “pífia”. “Não teve a expressão que se imaginava ter”, disse. Mais cedo, em entrevista à rádio Jovem Pan, ele havia afirmado que “temos é uma baderna generalizada, não uma greve nacional”.

Na mesma rádio, o prefeito de São Paulo, João Doria, que conseguiu fugir de um bloqueio que os grevistas planejavam em frente à sua casa, chamou os manifestantes de “vagabundos”, dizendo que “são preguiçosos e acordam tarde”.

No início da noite, o presidente Michel Temer divulgou nota mais comedida, na qual afirmou que “as manifestações políticas ocorreram livremente em todo país”. “Houve a mais ampla garantia ao direito de expressão, mesmo nas menores aglomerações.


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