Por luana.benedito

Rio - Deputados estaduais assinaram uma moção de congratulações e aplausos à Polícia Militar pela operação realizada ontem na Cidade Alta, na Zona Norte do Rio. O documento foi assinado, na tarde desta quarta-feira, por 43 dos 70 parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

"Apesar de todas as adversidades e ter tudo contra si, devemos louvar as operações realizadas no último dia 2 do corrente mês, que com profissionalismo e competência, mercê de um perfeito trabalho e coordenação, resultaram na apreensão de cerca de 32 fuzis, dez granadas, diversas outras armas e a prisão de aproximadamente 40 suspeitos, tudo sem perdas de vidas humanas, embora realizadas em cenário populoso de inocentes", diz um trecho do documento de autoria do deputado Iranildo Campos.

A moção diz ainda a Polícia Militar "respondeu rapidamente minimizando os efeitos do que poderia se transformar em uma grande tragédia para a cidade e sua população". 

A Polícia Militar realizou as operações na região, através do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), do 16°BPM (Olaria) e do 22°BPM (Maré), que estiveram na região da Cidade Alta. Em Parada de Lucas, policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) participaram da ação e dois dos fuzis apreendidos foram encontrados na comunidade.

Durante a ação três policiais militares ficaram feridos por estilhaços na Favela Kelson's, na Penha, e três suspeitos foram baleados na Cidade Alta, sendo levados para o Hospital Getúlio Vargas, também na Penha. 

Ação orquestrada pelo Comando Vermelho

O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, disse que a ordem de queimar veículos na Avenida Brasil, rodovia Washington Luiz e em vias próximas partiu de traficantes das favelas Nova Holanda, na Maré, da Kelson's, na Penha, e do Parque das Missões, em Caxias. Pelo menos oito ônibus e dois caminhões foram incendiados.

Os incêndios foram em represália à operação ocorrida na Cidade Alta, após a tentativa de invasão do Comando Vermelho à favela, hoje controlada pela facção Amigo dos Amigos (ADA). Não se sabe se os criminosos obtiveram êxito em tomar a comunidade, vista como estratégica pelos traficantes.

"Essa guerra pela Cidade Alta ocorre porque ela está num ponto estratégico, perto de rodovias, vias expresaas e de fácil acesso a outras comunidades da Zona Norte", disse Blaz.

Nas redes sociais, quem mora região relatou o tiroteio na favela, que tem sido palco de intensas guerras entre facções. "Terceira guerra mundial está acontecendo na Cidade Alta", escreveu um morador. 

Esta é pelo menos a quarta guerra de facções ocorrida na Cidade Alta nos últimos seis meses, com cinco pessoas mortas, entre elas dois moradores da comunidade e que não tinhanm envolvimento com o crime. Pelo menos outras quatro pessoas ficaram feridas a tiros, três fuzis foram apreendidos e seis pessoas presas.

Em fevereiro, o apelo dos moradores também era pela paz e tranquilidade na favela. "Jesus Cristo!! Quase duas horas de confronto. O que será de nós Senhor. Tenha misericórdia", escreveu uma moradora. "Nós só queremos paz na nossa comunidade", pediu uma jovem.

"São mais de duas horas de tiroteio, isso é inadmissível, estamos na beira da Avenida Brasil", desabafou na época um morador que preferiu não se identificar, revelando que passou grande parte da manhã debaixo da cama por causa dos tiros. 


Você pode gostar