Rio - O policiamento foi reforçado na Cidade Alta, em Cordovil, nesta quarta-feira, um dia após a comunidade ser invadida por traficantes rivais e ônibus serem incendiados na Avenida Brasil. De acordo com a PM, policiais do 16º BPM (Olaria) estão ajudando na segurança da região. Até o momento, não houve registros de tiroteios nesta manhã.
Moradores viveram momento de terror na madrugada e manhã desta terça-feira. Houve uma intensa troca de tiros entre bandidos rivais. Após o confronto, a PM foi acionada e os traficantes incendiaram nove ônibus e dois caminhões perto da Cidade Alta e Parada de Lucas. Ao todo, foram 45 suspeitos presos e 32 fuzis apreendidos na ação. Três policiais militares ficaram feridos na comunidade da Kelson's, na Penha.
Por causa dos ataques, o Município do Rio ficou em Estágio de Atenção até 19h desta terça-feira. Segundo o major Ivaz Blaz, porta-voz da PM, as ações orquestradas visam mobilizar a polícia para estas regiões e abrir espaço para fuga dos bandidos que estão encurralados na Cidade Alta, após a tentativa de invasão.
Na noite desta terça-feira, o Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) fez uma nova operação na Kelson's. Houve confronto e um suspeito foi baleado. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Com o homem, os policiais apareenderam uma pistola, carregador com munições, 110 papelotes de cocaína e cinco frascos de cheirinho de loló. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Homicídios da Capital (DH).
Ex-chefe da Cidade Alta, preso em presídio federal, articulou ação
A polícia investiga se foi o traficante Carlos Henrique dos Santos Gravini, o Rato, preso em um presídio de segurança máxima em Mossoró, quem pediu ao ‘conselho’ do Comando Vermelho autorização para retomar a Cidade Alta na madrugada desta terça-feira.
A informação consta de um relatório de inteligência feito pelo Grupo Integrado de Operações de Segurança Pública (Giosp), que foi disseminado dia 26 de abril. O documento alerta a inteligência das polícias Militar e Civil de que criminosos do Rio, sem data e horário definidos, pretendiam articular uma retomada dos pontos de venda de entorpecentes da Cidade Alta.
Além disso, a queima de ônibus e de carros estava autorizada como estratégia para ocupar a polícia e facilitar a fuga, caso reação policial ocorresse. O chamado ‘conselho do CV’ é chefiado por Márcio da Silva Nepomuceno, o Marcinho VP, que também está preso em presídio federal.