Rio - Moradores do Jacarezinho, comunidade na Zona Norte do Rio, enfrentam o nono dia consecutivo de tiroteio. Uma mulher levou um tiro na cabeça e um homem morreu durante os confrontos na tarde deste sábado, informou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Jacarezinho, o primeiro confronto ocorreu, por volta das 14h deste sábado, quando policiais foram checar uma denúncia sobre a presença de criminosos armados na região do Buraco do Lacerda e foram recebidos a tiros. Ainda de acordo com a polícia, os homens conseguiram fugir.
Posteriormente, um novo confronto foi registrado. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), três pessoas foram baleadas e foram socorridas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos. Um homem já chegou morto.
Entre os feridos estão uma mulher que foi baleada na cabeça e está em estado grave e um homem ferido sem gravidade, que já foi liberado. A mulher foi transferida para o Hospital Salgado Filho, no Méier.
Momentos de pânico
Um vídeo compartilhado no Facebook mostra motoristas assustados retornando na contramão na Avenida Dom Hélder Câmara, via que margeia o Jacarezinho, na tarde deste sábado. Nas imagens, também é possivel ouvir moradores comentando que um transformador teria sido atingido por tiros, o que teria causado falta de energia.
Desde o dia 11 de agosto, moradores vivem momentos de horror na comunidade. A Polícia Civil e a Força Nacional fizeram uma operação contra o roubo de cargas e o tráfico de drogas em Manguinhos e no Jacarezinho. Entre as quinze pessoas presas, estava um homem considerado pela polícia o maior receptador de cargas roubadas na região. Também foram apreendidos 38 veículos roubados, além de grande quantidade de drogas.
Na ocasião, o policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Bruno Buhler, foi morto. Desde então, a Civil realiza diversas incursões na comunidade para prender os suspeitos, que já foram identificados, do crime. Em nove dias de confrontos, seis pessoas morreram e cinco ficaram feridas.
Além de conviver com a violência, os morades ainda enfrentam a falta de coleta de lixo e fornecimento de energia. Por causa do clima instável, a Comlurb só consegue fazer a limpeza nos acessos e no entorno da favela. E a Light não consegue entrar enquanto não tiver condições de segurança para as equipes.