Rio - A Delegacia de Atendimento ao Turismo (Deat) vai indiciar a guia e os sócios da Transport Rent Service Agency, agência de turismo que levou espanhóis para a Rocinha na última segunda-feira, por omissão de informações de segurança. Na ocasião, Maria Esperanza Ruiz Jimenez, 67 anos, foi morta dentro de um carro enquanto fazia um passeio na comunidade. Ela estava acompanhada do irmão, da cunhada, da guia e do motorista da companhia turística. Dois PMs foram presos por envolvimento na ocorrência.
Em depoimento na segunda-feira, a guia Rosângela Riñones Cunha disse que o guia local havia dado o aval para subir a favela com os turistas. Já o guia da Rocinha, Leonardo Soares Leopoldino, desmentiu a informação. Leonardo contou que recebeu uma ligação de Rosângela e afirmou que não recomendava passeios na comunidade naquele momento.
Na delegacia, o guia local destacou que "Rosângela não deveria ter mentido à polícia". De acordo com o RJTV, Leonardo chegou a dizer que "não vejo turistas como notas de dólares". O rapaz é subcontratado por empresas para guiar os turistas. Por causa das contradições nos depoimentos, a Deat pretende ainda fazer uma acareação entre Leonardo e Rosângela.
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Empresa de turismo suspeita de não avisar sobre riscos de visitar a Rocinha
Assim como o DIA divulgou nesta terça-feira, a Polícia Civil iniciou uma investigação para apurar quais foram os crimes cometidos pela empresa de turismo Transport Rent Service Agency, que não teria avisado aos turistas espanhóis dos riscos que corriam na visita à Favela da Rocinha.
Para a delegada Valéria Aragão, titular da Deat, um dos crimes cometidos seria o descrito no artigo 66 do código do consumidor, que é 'fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços'.
"Os próprios turistas sobreviventes falaram: 'doutora, se nós soubéssemos que a Rocinha estava daquele jeito, nós jamais teríamos ido'. Isso para mim, além da responsabilidade em não informar o tipo de segurança do serviço, já caracteriza uma omissão", disse a delegada, que não descartou a possibilidade de responsabilizar a empresa por outros crimes mais graves."A investigação teve início a partir dos depoimentos da guia, do motorista, e dos donos da empresa.