Rio - A defesa do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), pediu desculpas e enviou um pedido ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, para que reconsidere a decisão de sua transferência, na manhã desta sexta-feira. No pedido, assinado pelos advogados Rodrigo Roca e Luciano Saldanha, a defesa diz: "com as escusas por embaraços causados ao citado magistrado ou ao bom andamento dos trabalhos desse Juízo, pede-se a reconsideração da decisão".
A transferência foi motivada após Cabral citar durante um depoimento que tinha a informação que a família do magistrado tinha uma loja de bijuterias no mercado popular do Saara, centro do Rio. Também chegou a afirmar que Bretas estava encontrando nele uma 'projeção pessoal', submetendo-o a um 'calvário'.
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Os advogados também afirmaram que, se Bretas reconsiderar a decisão, eles se comprometem "a envidar todos os seus esforços para que episódios lamentáveis como o sobredito, ainda que humanos, jamais tornem a acontecer nesse juízo ou em qualquer outro".
"As outras considerações do defendendo sobre eventual interesse do juiz em promover-se pessoalmente com as suas condenações - bem infelizes, aliás - é que parecem ter sido potencializadas no ato e distanciadas das circunstâncias de, v.g., ser a primeira vez que o acusado, condenado a mais de 70 anos de reclusão, foi interrogado", dizem os advogados, no pedido.
Nesta quinta-feira, o departamento penitenciário do Ministério da Justiça anunciou que Cabral será transferido para a Penitenciária de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A data da remoção não foi informada por questões de segurança.