Por gabriela.mattos
Rio - O ex-governador Sérgio Cabral foi condenado a mais de 15 anos de prisão, nesta terça-feira, pela operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato. A decisão foi do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. Ao todo, ele responde a quatro processos e já foi condenado a 87 anos de cadeia. Três ações estão com Bretas e uma com o juiz Sergio Moro, no Paraná.
Sérgio Cabral é condenado a mais de 15 anos de prisãoFabio Motta / Estadão Conteúdo

Na mesma ação, outros dez réus foram condenados, inclusive a ex-primeira da Adriana Ancelmo, que voltou a cumprir prisão domiciliar. Ela saiu da Cadeia de Benfica, na Zona Norte, após uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Os outros envolvidos são: Wilson Carlos, Carlos Miranda, Luiz Carlos Bezerra, Sérgio de Castro Oliveira, Ary da Costa Filho, Thiago Aragão, Álvaro Novis, Renato Chebar e Marcelo Chebar.

?Em sua sentença, Bretas sustenta que Cabral é o principal idealizador do "audaz" esquema de lavagem de dinheiro que movimentou milhões no Brasil e no exterior.
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"A magnitude de tal esquema impressiona, seja pela quantidade de dinheiro espúrio movimentado (milhões), seja pelo número de pessoas envolvidas na movimentação desses recursos. Além disso, a lavagem de dinheiro que tem como crime antecedente a corrupção reveste-se de maior gravidade, por motivos óbvios, merecendo o seu mentor intelectual juízo de reprovação mais severo", argumentou.

Já sobre Adriana, o juiz argumenta que a culpabilidade da ré no esquema "se mostra bastante acentuada". "Adriana, mulher de Sérgio Cabral, e membro da organização liderada por ele, usava seu escritório de advocacia para lavar o dinheiro espúrio angariado pela Organização Criminosa", escreveu o juiz.

Adriana Ancelmo deixa cadeia em Benfica para cumprir prisão domiciliar

Adriana foi presa pela primeira vez em dezembro de 2016, durante a Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato no Rio. Na mesma ação, Cabral também foi preso. Até o mês passado, a advogada cumpria prisão domiciliar, mas voltou à cadeia de Benfica depois de uma decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). O marido está preso na mesma cadeia.

Em setembro, Adriana foi condenada a 18 anos e 3 meses de prisão pelo crime de lavagem dinheiro e por ser beneficiária do esquema de corrupção comandado pelo ex-governador. A Calicute investiga o desvio de recursos públicos em obras realizadas pelo governo fluminense com empreiteiras no estado.
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?Com informações do Estadão Conteúdo