Adriana Santos, esposa da vítima com o filho do casal no colo durante o velório - Alexandre Brum / Agência O Dia
Adriana Santos, esposa da vítima com o filho do casal no colo durante o velórioAlexandre Brum / Agência O Dia
Por Marina Cardoso

Rio - Sob forte emoção e pedido de justiça, o corpo do ajudante de pedreiro Davidson Farias, de 28 anos, foi enterrado na tarde deste sábado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Davidson foi atingido quando estava na varanda da casa da mãe com o filho, de apenas 6 meses, no colo, na última quinta-feira.

No enterro, o pequeno Thaylon, filho do ajudante de pedreiro, chorava sem parar no colo da mãe Adriana Santos, de 26 anos. Ela tentava consolar o menino. "Meu filho não para de chorar, pois ele dormia com o pai todos os dias. Quem fez isso não foi traficante, pois eles atiram de cima para baixo. Mas esse tiro veio debaixo. Eles precisam pagar por isso”.

A família voltou a culpar a Polícia Militar pela morte do morador da Rocinha. Diego Farias, irmão de Davidson, afirmou que a morte foi causada pelos policiais do Batalhão de Choque (BPChq). "Não tenho medo de falar isso. Eles estão tirando a vida de trabalhador. Estamos cheio de indignação, porque o dever deles é proteger as pessoas e não tirar a vida de ninguém. Foram os policiais que mataram meu irmão. Não tivemos nenhuma ajuda dela quando descemos com nosso irmão. Nós queremos justiça".

Dióge Farias, irmão de Davidson, estava próximo dele quando aconteceu a tragédia. "Escutei disparos, nisso olhei para o lado e logo vi o meu irmão já caído no chão. Não tem como eles falarem que não foram eles, pois vi eles correndo. Por que não pegaram as armas deles para fazer perícia? Muita gente ouviu os disparos. Tem marca de tiros na casa debaixo, a bala está aí para comprovar", declarou. Segundo a família, a bala e as três cápsulas encontradas na varanda foram entregues para a Polícia Civil.

Segundo Dióge, há seis meses Davidson levava o filho para ver a avó. "Ele levava meu sobrinho para ter a benção da avó sempre. Nesse dia, ele estava lá com o filho, estávamos organizando o almoço da Semana Santa quando aconteceu uma covardia dessa", desabafou.

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