Rio - A Justiça do Rio revogou, na tarde de quinta-feira, a prisão preventiva do malabarista Pablo Dias Bessa Martins, de 23 anos. Junto com outras 159 pessoas, Pablo tinha sido preso em um sítio, em Santa Cruz, no último dia 7, acusado de ser miliciano. O artista é o primeiro dos presos a conseguir a liberdade. O DIA divulgou no último dia 12 a luta da família de Pablo para provar a inocência do rapaz.
Pablo possui viagem marcada para Estocolmo, na Suécia, para o próximo dia 24, onde irá participar de uma turnê. A decisão da soltura é do juiz Eduardo Marques Hablitschek, da 2ª Vara Criminal, que justificou o ato baseado não somente na falta de antecedentes criminais e na residência fixa, mas no fato dele passar a maior parte do tempo fora do Brasil. "No caso de Pablo, o fator que o diferencia de todos os outros presos é a comprovação documental de que passa a maior parte de sua vida, atualmente, fora do país. Com isso, resta demonstrado a fragilidade dos laços que mantém em sua terra natal, especialmente o suposto envolvimento em atividade criminosa", escreveu.
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O artista integra o elenco da empresa Up Leon há quatro anos, em apresentações circenses na Europa. Pablo mora na Comunidade do Aço, em Santa Cruz, com a mulher, a também artista circense Jessica Carla Barbosa da Silva, e o filho. O casal estava na festa no dia da prisão mas, assim como todas as mulheres do local, ela foi liberada.
Quatro dias após a operação, O DIA divulgou a luta de Pablo para tentar provar sua inocência. Na ocasião, Jéssica afirmou: "Damos aulas para jovens replicando o que aprendemos no circo. Somos professores. Fazemos espetáculos para crianças de comunidades, em escolas para deficientes, e não estamos acostumados com isso (milícia). Começamos no circo crianças. Vou provar a inocência dele (Pablo) para ele ficar limpo e poder trabalhar".
Documento aponta que 139 presos não têm passagem pela polícia
A Defensoria Pública recebeu um documento da Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) no qual afirma que somente 20 dos 159 presos no sítio onde a polícia diz que uma festa de milicianos era realizada possuíam antecedentes criminais. Os outros presos sequer haviam sido citados em investigações envolvendo milicianos. O documento foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).