Rio - O artista circense Pablo Dias Bessa Martins, de 23 anos — que foi preso durante uma ação da Polícia Civil em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio — embarcou, na noite desta quarta-feira, para uma turnê pela Europa com a companhia Up Leon, na qual trabalha há quatro anos. O rapaz foi um dos 159 detidos durante a operação Medusa, que na ocasião, foi nomeada como a "maior operação de combate a milícia no Rio".
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A ação foi bastante criticada pela Defensoria Pública, que alegou a "fragilidade das prisões" já que ao menos 139 presos não tinham antecedentes criminais e nem eram alvos de investigação. "Me sinto mais aliviado. O lugar de artista é no palco. No meu caso, no picadeiro. Vou arrancar o sorriso das pessoas. O meu foi tirado há duas semanas, mas agora estou aqui", declarou Pablo, no último sábado, assim que deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.
Nesta quarta-feira, a Justiça do Rio revogou a prisão preventiva de 137 detidos na operação. A decisão foi tomada pelo juiz Eduardo Marques Hablitschek, da 2ª Vara Criminal de Santa Cruz, após parecer do Ministério Público.
O magistrado determinou, ainda, a imediata entrega dos fuzis e respectivas munições apreendidos para a Polícia Civil. “Se a nossa sociedade ainda tem que conviver com o uso de fuzis dentro das cidades, que o seja por parte de quem defende seus cidadãos”, destacou.
Na operação policial do dia 7 houve apreensão de 24 armas de fogo, entre elas fuzis, pistolas, revólveres, granada, 76 carregadores, 1.265 munições de calibres variados, coletes balísticos, fardamentos e toucas ninjas. Também foram apreendidos 11 veículos.