Militar pede documento de motociclista em operação nas favelas do Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme  - Severino Silva
Militar pede documento de motociclista em operação nas favelas do Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme Severino Silva
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Cerca de 2 mil das forças de segurança realizam, desde o fim da madrugada desta quinta-feira, uma operação nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, no Leme, Zona Sul da cidade. Segundo o Comando Conjunto da intervenção na segurança do estado, trata-se de uma ação ostensiva, que reúne a Polícia Militar, a Marinha, a Aeronáutica e o Corpo de Bombeiros. Os agentes fazem cerco, estabilização dinâmica da área e remoção de barricadas, além de revistas de pessoas e de veículos, bem como a checagem de antecedentes criminais.

Os militares vasculham a mata que corta as comunidades, no trecho entre o Leme e o bairro da Urca, procurando corpos que possam existir de pessoas mortas na guerra de facções que disputam os morros da Babilônia e Chapéu Mangueira, além de armas que possam estar escondidas usadas pelos traficantes.

Militares em operação nas favelas do Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme - Severino Silva

Cerca de 100 homens do Exército estão na Pedra do Urubu, atrás do Chapéu Mangueira, ponto estratégico usado pelos criminosos e que dá vista para toda a região do Leme e parte de Copacabana. Na trilha que dá até o local, os militares encontraram cabanas improvisadas usadas pelos bandidos que se abrigaram na mata. Não há até o momento informações de presos.  

Moradores que descem a pé, motoristas de carros e pessoas em garupas de mototáxi estão sendo parados pelos militares para realização de revista e checagem de documentos.

Há 30 anos no Chapéu Mangueira, um senhor disse que nos últimos seis meses os tiroteios se tornaram diários, mas hoje o dia amanheceu tranquilo. "A situação está insustentável, um inferno. A qualquer hora do dia, da noite, tinha tiroteio. Hoje consegui acordar sem o meu despertador, que são os tiros", falou.

Uma moradora de um prédio que dá para uma das comunidades também disse que não ouviu tiro hoje. "Há muito tempo não acordamos com paz, gostei muito dessa operação", disse a aposentada. 

Segundo o Comando Conjunto, a Polícia Militar verifica denúncias de antecedentes criminais, realiza vasculhamentos e bloqueia vias de acesso; a Marinha faz bloqueios e patrulhas nas áreas marítimas próximas; a Aeronáutica coordena e atua com aeronaves e intensifica a segurança dos voos, cujas rotas se aproximam da área de operações; e o Corpo de Bombeiros participa com cães farejadores.

Militares nas favelas do Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme - Severino Silva

São empregados 1.800 militares das Forças Armadas do Batalhão de Infantaria, Batalhão Paraquedista, Polícia do Exército e do Terceiro Grupamento de Cavalaria. Eles patrulham os acessos às comunidades e toda a orla do Leme, além do túnel que dá acesso à região. 

Também participam da operação 50 policiais militares e duas equipes dos Bombeiros com cães, apoiados por blindados, aeronaves e equipamentos de engenharia.

Algumas ruas e acessos na região poderão ser interditados e setores do espaço aéreo controlados, oportunamente, com restrições para aeronaves civis. Uma fragata da Marinha auxilia a ação pelo mar. 

 

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