Policial civil foi baleado no bairro do Andaraí, na Zona Norte  - Divulgação
Policial civil foi baleado no bairro do Andaraí, na Zona Norte Divulgação
Por ADRIANO ARAÚJO

Rio - Um policial civil foi baleado por seis tiros em uma tentativa de assalto na Rua Ferreira Pontes, no Andaraí, na manhã desta quarta-feira. Marcus Fonseca, de 45 anos, estava a caminho da 20ª DP (Vila Isabel) acompanhado da mulher e teria parado o carro, um Honda Civic, no sinal de trânsito na esquina com a Rua Uberaba quando foi abordado por criminosos que faziam arrastão em um outro veículo, por volta das 8h, e reagiu. Um homem que estava passando na garupa de um mototáxi também foi atingido por um dos disparos no tiroteio. 

No momento em que reagiu, um outro automóvel usado por comparsas dos bandidos atiraram. Ao menos um dos criminosos também foi baleado, mas conseguiu fugir. Mais 10 tiros atingiram o veículo da vítima, ao menos seis deles no para-brisas. Há marcas de tiros na porta do lado do motorista, nos retrovisores e um dos pneus foi furado por um dos disparos. O chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, está no local do crime, acompanhando o trabalho de equipes do 19ª DP (Tijuca) e da PM. Um Nissan Kicks branco, usado pelos bandidos e roubado no último dia 23, foi abandonado na Rua Outeiro, um dos acessos ao Morro do Cruz, uma perícia é realizada nele em busca de digitais.

Um médico foi que passava no momento em que a vítima foi baleada fez os primeiros socorros e depois ele foi levado para o Hospital Federal do Andaraí, a poucos metros do local do crime. O policial levou seis tiros e passa por cirurgia por conta de uma bala que atingiu o glúteo e está na região da pélvis. Os outros disparos o acertaram no rosto (lado direito), tornozelo esquerdo, ombro do lado direito, antebraço direito e punho esquerdo. 

O homem que passava na garupa de um mototáxi, identificado como Matheus da Silva Ribeiro, de 22 anos, foi baleado na perna e seu estado de saúde é estável. A mulher do policial que também estava no carro ficou ferida por estilhaços na mão.

"Um rapaz que estava na garupa de uma moto foi baleado na perna esquerda. Na confusão, ele veio mancando e se escondeu no posto, foram os próprios moradores que colocaram numa kombi e levaram para o hospital. Os bandidos fizeram tudo isso e foram embora tranquilamente. foi desesperador", disse Jolderson Gomes Ribeiro, 32 anos, gerente do posto de combustíveis a poucos metros do local do tiroteio.

Matheus mora no Morro do Andaraí e seguia para o trabalho numa pet shop, na Tijuca. Normalmente ele vai a pé para o serviço, mas hoje acordou atrasado e pegou uma mototáxi. Camila Santos Correia, 20 anos, mulher do jovem, está grávida de cinco meses e pensou no pior ao receber a notícia que ele tinha sido baleado, quando estava a caminho de uma Clínica da Família. 

"Não é normal ele pegar mototáxi, mas ele dormiu na avó e acordou muito atrasado. Estava no caminho da clínica quando a irmã dele me falou do ocorrido. Fiquei muito nervosa porque não sabia onde o tiro tinha pego, mas depois fiquei mais tranquila", disse a gestante .

A região é bastante movimentada, com amplo comércio e próximo de um ponto de ônibus e da Escola Municipal Afrânio Peixoto. Uma banca de jornal ficou crivada de bala. No momento da troca de tiros houve pânico. "Foi sinistro. Tinham muitos clientes aqui na padaria, do nada começou o tiroteio, a gente se jogou atrás do balcão e quem estava aqui dentro saiu correndo. Foi uma coisa assustadora", disse uma testemunha, que não quis se identificar.

Um morador da Rua Ferreira Pontes esperava um Uber para um amigo quando começou o tiroteio. Segundo ele, outros três carros foram alvos dos criminosos antes do policial ser abordado. "Tinham três carros na frente dele que roubaram. Quando chegou nele (o policial), ele reagiu. Eu contei umas 18 cápsulas. Eu estava na calçada esperando o carro para pegar o meu amigo embarcar quando começou o tiroteio. No primeiro momento pensei que fossem fogos, mas depois que nos vimos que eram tiros. Saímos correndo, eu me joguei aqui em casa e meu amigo pulou o muro do vizinho para se esconder", disse.  

O aposentado Dilson Gomes, de 78 anos, tinha acabado de fechar o portão e pegar o jornal quando começou o tiroteio. "A mulher que estava com o policial gritava pedindo socorro. Foi uma cena horrível. É uma intranquilidade danada. Eu poderia ser uma das vitimas da bala perdida. Saio cedo e faço minha caminhada sempre", disse.  

Policial federal aposentado morto em assalto

Na noite desta terça-feira, um policial federal aposentado foi morto a tiros no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da cidade. Por volta das 23h, Luis Carlos Dias caminhava pela Avenida Guignard quando foi abordado por bandidos. Ele teria negado entregar seus pertences, já que sua identificação de policial estava junto de seu celular. Os criminosos, então, atiraram contra ele. O agente tentou fugir e morreu na Rua Gustavo Corção, a cerca de 200 metros de onde foi abordado.

Agentes de segurança mortos chega a 66

Com a morte de Luis Carlos, o número de agentes da Segurança Pública assassinados no Estado do Rio em 2018 vai a 66. Destes, 57 são policiais militares, três são policiais civis, dois eram agente da Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap), outros dois do Exército e um da Guarda Municipal do Rio.

O caso mais recente foi o do subtenente da PM Rogenir Moura de Oliveira, 50 anos, que morreu após ser baleado ao tentar escapar de um assalto na porta de sua casa, no bairro Brasilândia, em São Gonçalo.

 

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