Ex-policial civil Alzemar da Conceição dos Anjos (camisa cinza) é acusado de ser o chefe de uma quadrilha de uma rede de prostituição que aliciava menores - Severino Silva / Agência O Dia
Ex-policial civil Alzemar da Conceição dos Anjos (camisa cinza) é acusado de ser o chefe de uma quadrilha de uma rede de prostituição que aliciava menoresSeverino Silva / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - O ex-policial civil Alzemar da Conceição dos Anjos e sua quadrilha, alvo de uma operação nesta terça-feira, que explorava menores sexualmente já era investigada há quatro anos pelo Ministério Público do Rio (MPRJ). O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP, já tinha dois inquéritos contra o ex-agente. Um deles teve início em 2015 em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, após uma menor de 16 anos ser aliciada e levada para São Gonçalo. Ela foi mantida por três meses em cárcere privado.

A mãe da menina procurou a 52ª DP (Nova Iguaçu) e foi orientada a realizar a denúncia na Promotoria da Infância e da Juventude da cidade. "Identificamos que essa menina ficou na casa de prostituição, em cárcere privado, durante três meses. Com a ajuda da polícia, a mãe conseguiu resgatá-la", disse o promotor do Gaeco, Antônio Pessanha. Desde então, o alerta para o ex-policial ficou vermelho na Corregedoria da Polícia Civil.

Em 2014, o MP descobriu que o ex-policial mantinha as três casas de prostituição. Em 2015, a Polícia Civil esteve nos locais e o ex-agente foi levado para prestar depoimento como testemunha e acabou sendo liberado. "Ele se beneficiava por ser policial. Ele tinha uma rede muito grande de conhecimento e, por isso, nem a Polícia Militar e nem a Polícia Civil faziam operação para coibir suas práticas delituosas. Além disso, se valia do conhecimento e pagava propina para não ser incomodado em seus estabelecimentos", disse o delegado Cristiano Maia, sub-corregedor da Polícia Civil.

Segundo os investigadores, a quadrilha sabiam que menores estavam envolvidos no negócio. "Nas escutas, identificamos que todos sabiam que menores se prostituíam", afirmou Pessanha. O MP pediu a interdição das boates. A Justiça autorizou e os estabelecimentos estão fechados.

 

De acordo com as investigações, dezenas de mulheres passaram pelo local. "Eles se valiam da vulnerabilidade dessas mulheres e as aliciavam", disse o promotor. Todas as mulheres que estavam no local prestarão depoimentos. Os acusados serão indiciados e responderão por organização criminosa na prática de prostituição, rufianismo (lucro de prostituição), prostituição infantil e por manutenção de casa de prostituição.

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