Rio - Um morador do Complexo da Penha, na Zona Norte, denuncia que militares das forças de segurança invadiram sua casa e levaram pertences durante a operação realizada nesta segunda-feira na região. Ele conta que estava no trabalho quando seus vizinhos o alertaram, através de mensagens no WhatsApp, que os agentes estariam "quebrando" sua residência. "Até minha cachorra já estava na viatura. Só não levaram porque meu vizinho não deixou", ele desabafa, em seu perfil no Facebook.
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Na postagem, o homem questiona a suposta atitude dos militares. "Onde está o erro? Será que é porque sou trabalhador? Será que é porque moro em comunidade?", pergunta. "Essa guerra não é de nós trabalhadores. Eu tenho meus dias de luta e seus dias de glória. Pode deixar, militarismo, eu compro minhas coisas de volta", reclama.
O DIA entrou em contato com o Comando Militar do Leste (CML) perguntando qual é o posicionamento da entidade sobre a denúncia, mas a assessoria de comunicação do Comando Conjunto se limitou a dizer "que todas as denúncias devem ser registradas na Delegacia Policial da área e submetidas ao canal de ouvidoria da Intervenção Federal (ouvidoria.intervencao@cml.eb.mil.br), sempre acompanhadas de dados que permitam a devida apuração".
A operação
Ao longo desta segunda, mais de 4 mil homens das forças de segurança do Rio realizaram uma megaoperação nos complexos da Penha, do Alemão e da Maré. Participaram da ação 4.200 agentes das Forças Armadas e 70 policiais civis.
No fim dia, dois soldados do Exército tinham sido mortos e um ferido durante troca de tiros com traficantes, seis suspeitos mortos e 36 presos e meia tonelada de drogas apreendidas, além de 24 armas e munições.
No Morro da Fé, no Complexo da Penha, uma família chegou a ser feita refém por bandidos locais. Na Linha Amarela, em represália à operação, traficantes da Favela Nova Holanda, na Maré, incendiaram um ônibus no sentido Barra da Tijuca da via expressa.