A vítima foi atingida na Ladeira Ary Barroso - Reprodução / Internet
A vítima foi atingida na Ladeira Ary BarrosoReprodução / Internet
Por O Dia

Rio - Dois moradores do Morro Chapéu-Mangueira, no Leme, na Zona Sul, foram baleados pela polícia, por volta das 19h30 desta segunda-feira. Um deles, o garçom Rodrigo Alexandre da Silva Serrano, de 26 anos, foi atingido por três tiros, um deles no peito, não resistiu aos ferimentos e morreu. O outro, Jonatas da Silva Rodrigues, de 21, foi ferido de raspão nas costas, socorrido no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, e estaria fora de perigo.

De acordo com moradores, policiais militares confundiram o guarda-chuva que Rodrigo Alexandre carregava com um fuzil. Ele e Jonatas estavam na altura do número 19 da Ladeira Ary Barroso quando foram atingidos. Agentes do Corpo de Bombeiros do quartel de Copacabana foram acionados para fazer o socorro das vítimas.

Nas redes sociais, moradores da comunidade se dizem revoltados com o ocorrido. "Estou sem palavras, dói muito. Acabaram com a nossa comunidade", lamentou uma moradora. "É o preço que se paga por morar em comunidade. Pode ser com qualquer um a qualquer hora", reclamou outra. "Aonde nós vamos parar com tanta maldade e covardia?", questionou uma terceira.

Os policiais teriam confundido o guarda-chuva que ele carregava com um fuzil - Reprodução / Internet

Manifestação

Os moradores da região marcaram um protesto para a manhã desta terça-feira. "É necessário devido ao ataque policial sofrido por um morador de nossa comunidade, do qual infelizmente sua vida foi tirada de forma covarde e sem chances de defesa (...). Isso tudo pelo simples fato do mesmo estar portando um guarda-chuva (...). Esse absurdo é brutal e covarde e não podemos nos calar diante dessa covardia", diz a nota, assinada pelo presidente da Associação do Chapéu Mangueira (AACM), Luiz Alberto Jesus.

Procurada pelo DIA, a Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o caso.

Ele foi levado ao Hospital Miguel Couto, na Gávea - Reprodução / Internet

Outros casos

Esta não foi a primeira vez que policiais confundiram pertences pessoais com armas e atiraram erroneamente. Um dos casos de maior repercussão aconteceu em maio de 2010, quando um agente do Bope achou que a furadeira que Hélio Barreira Ribeiro usava no terraço de sua casa fosse uma arma e atirou contra ele, no Andaraí. A vítima morreu.

Em junho de 2016, o adolescente Jhonata Dalber Matos Alves, de 16 anos, morreu, no Morro do Borel, segurando um saco de pipocas. Na época, moradores acusaram policiais da UPP local de terem a achado que dentro do saco havia drogas.

Em outubro de 2015, um sargento da PM confundiu um macaco hidráulico que era levado por dois jovens em uma moto, na Pavuna, e disparou contra eles. Foi um único disparo, que atravessou os dois mototaxistas. A moto bateu em um muro e eles morreram antes de o socorro chegar.

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