Rio - Uma semana depois do incêndio que matou dez atletas da categoria de base do Flamengo, a força-tarega criada para investigar as causas da tragédia no Ninho do Urubu vai anunciar na tarde desta sexta-feira os resultados da vistoria feita há três dias no local.
Na terça-feira, representantes do Corpo de Bombeiros, da prefeitura, da Polícia Civil, da Defensoria Pública e do Ministério Público estaduais, além do Ministério Público do Trabalho vistoriam o CT do Flamengo por mais de três horas. A imprensa não pôde acompanhar a vistoria.
A partir da inspeção, os especialistas pretendem identificar possíveis irregularidades no centro de treinamento. As condições das instalações e os serviços oferecidos no local também seriam analisados.
Depoimentos
Na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), que investiga o caso, são aguardados para hoje depoimentos relacionados ao incêndio. O mais esperado é do representante da empresa fabricante do material utilizado no alojamento onde dormiam os adolescentes no momento em que o fogo começou.
Na terça, o juiz Pedro Henrique Alves, da 1ª Vara de Infância, da Juventude e do Idoso da capital, determinou a proibição de crianças e adolescentes acessarem o Ninho do Urubu. Os menores não poderão entrar, permanecer, nem participar de atividades do CT até o julgamento do mérito da ação, proposta pelo MPRJ.
Caso a decisão seja descumprida, o clube poderá pagar uma multa de R$ 10 milhões e o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, R$ 1 milhão.
Irregularidades
A prefeitura informou, no domingo, que o alojamento não consta do último projeto aprovado pela área de licenciamento do município, de 5 de abril de 2018. O documento diz ainda que "em nenhum pedido feito pelo Flamengo existe a presença de um alojamento na área em questão".
Também não há registros do certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros. A prefeitura multou o Flamengo mais de 30 vezes. Em reunião com representantes das mesmas entidades, o presidente do Flamengo informou que os pernoites no CT do clube estão suspensos.
A tragédia aconteceu por volta das 5h da sexta-feira da semana passada, momento em que a maioria dos jovens dormia. Três atletas conseguiram escapar com vida e foram hospitalizados com queimaduras e dificuldades para respirar.