Região onde houve desmoronamentos é dominada pela milícia - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Região onde houve desmoronamentos é dominada pela milíciaDaniel Castelo Branco / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Vinte e quatro horas após o secretário da Polícia Militar, o coronel Rogério Figueiredo, dizer ao DIA que vai auxiliar a Prefeitura do Rio nas ações de demolições de prédios no Condomínio Figueira do Itanhangá, na Zona Oeste, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) não respondeu se vai ou não aceitar a proteção da PM. A assessoria de imprensa da prefeitura também segue sem se pronunciar sobre a decisão do secretário.

Ontem, Figueiredo disse que a corporação está à disposição da gestão municipal para dar o apoio necessário — na segurança de funcionários das secretarias e órgãos da prefeitura — para que prédios irregulares construídos pela milícia na Muzema sejam colocados abaixo.

"Atuaremos em apoio à prefeitura sempre que for solicitado, com certeza", disse Figueiredo.

Na última sexta-feira, dois edifícios do condomínio ruíram na comunidade matando ao menos 15 pessoas. Outras nove podem estar debaixo dos escombros, segundo o Corpo de Bombeiros. Os militares trabalham há cinco dias em buscas das vítimas.

Construções irregulares estão por toda a parte - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Prefeito não solicitou ajuda da PM

Internamente, funcionários da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação temem retaliação de milicianos caso cheguem ao local para colocar abaixo as construções irregulares, que surgiram nos últimos anos.

De janeiro até a última quinta (um dia antes da queda dos empreendimentos), fiscais da secretaria estiveram na Muzema ao menos quatro vezes para tentar derrubar as edificações clandestinas. Entretanto, foram ameaçados e tiveram que sair do local.

O DIA apurou que o prefeito Marcelo Crivella poderia ter pedido apoio da PM para que os militares acompanhassem os funcionários ao local nos dias das ações. Entretanto, Crivella não pediu auxílio da secretaria. Apenas guardas municipais — que não têm porte de armas — foram ao local. Eles também foram expulsos.

Procurada ontem, a Prefeitura do Rio não respondeu aos questionamentos. O DIA fez novamente contato hoje, de novo, e continua aguardando a resposta.

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