O músico Evaldo Rosa foi morto atingido por nove tiros - Arquivo Pessoal
O músico Evaldo Rosa foi morto atingido por nove tirosArquivo Pessoal
Por RENAN SCHUINDT
Rio - Foi retomado na tarde de hoje o julgamento do habeas corpus dos nove militares que permanecem presos, acusados de participação na morte do músico Evaldo Rosa e do catador de recicláveis, Luciano Macedo, em Guadalupe, Zona Norte do Rio, no mês passado.
Em seu voto, o ministro José Barroso Filho, que havia pedido vista do processo, decidiu pela manutenção da prisão do tenente Ítalo Romualdo, responsável por comandar a tropa no dia do episódio. Já em relação aos demais acusados, o magistrado optou pela prisão domiciliar, com algumas ressalvas. No entendimento do ministro, pode haver coação por parte do militar em relação aos outros réus.
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"Estou falando de um oficial que pode coagir réus e testemunhas. Para os demais, decido pela prisão domiciliar, com medidas restritivas de recolhimento", disse o magistrado. Segundo a decisão de Barroso, os militares estão proibidos de empunhar armas, assim como estão proibidos de participarem de operações que necessitem de armamento. Além disso, o voto prevê que os militares permaneçam em casa entre 20h e 5h, entre segunda e sexta-feira.

Agora, o processo conta com três votos diferentes. Para a ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, todos os envolvidos devem permanecer presos. Já o relator, o ministro Lúcio Mário de Barros Goes, assim como outros três magistrados, optou pela soltura dos acusados.
De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Militar, o tenente Ítalo aparece como o primeiro a efetuar os disparos contra o carro do músico. Segundo o laudo, anexado ao processo, somente ele teria disparado 77 vezes, com fuzil.