Via está fechada desde o dia 28 de maio - Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Via está fechada desde o dia 28 de maioEstefan Radovicz / Agencia O Dia
Por Agência Brasil
Rio - A prefeitura entregou à Justiça, nesta terça-feira, um laudo em que reafirma que a Avenida Niemeyer, que liga os bairros do Leblon à São Conrado, na Zona Sul do Rio, tem condições de segurança necessárias para ser reaberta. A via está fechada desde o dia 28 de maio, quando a Justiça determinou o fechamento após um temporal que atingiu a cidade. No trecho do Morro do Vidigal, houve deslizamento de pedras e muita lama, o que provocou o fechamento da Niemeyer por medida de segurança.

Por decisão do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), no último dia 19, o desembargador Mauro Pereira Martins, da 13ª Câmara Cível, e peritos judiciais e técnicos da prefeitura avaliaram as condições da encosta, no trecho do Vidigal, o mais castigado pelo temporal de maio. O desembargador subiu o trecho mais afetado pela chuva, ficando no local por cerca de uma hora.
Ao término da inspeção, o desembargador deu prazo de 72 horas para a prefeitura apresentar nota técnica elaborada pelo Instituto de Geotécnica do Rio (Geo-Rio) sobre a segurança da via e ausência de riscos para sua liberação em tempo seco. Nesse período, peritos do TJRJ e do Ministério Público estadual (MPRJ) também se manifestaram.
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A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação enviou nota técnica, além de laudo de um consultor independente, contestando novamente o relatório dos peritos nomeados pela Justiça. No texto, a pasta afirma que todas as casas voltadas para o curso natural das águas da chuva foram demolidas e que "as demais casas não contribuem para a sub-bacia, onde ocorreu o deslizamento". Ainda segundo o texto, o laudo pericial demonstra "preciosismo que extrapola qualquer limite do bom senso e da ética profissional, além de falta de conhecimento e experiência na questão geotécnica". 
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O documento da prefeitura menciona ainda que foi construída uma galeria de cintura para captação do esgoto. "Tal intervenção tem sido reiteradamente desprezada pelos peritos do juízo", alegou.
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No texto, a secretaria informa que o "conjunto de pedras existentes no topo do escorregamento" trata-se de um afloramento do maciço rochoso fraturado, que ali já existe há anos. De acordo com a prefeitura, o local passou por uma vasta análise, com programa computacional usado mundialmente e, em 5 mil simulações, não foi observado nenhum caso em que algum bloco de pedra tenha se aproximado da Niemeyer.
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"Os peritos não apresentam, no entanto, nenhuma simulação alternativa, justificativa técnica ou cálculo que contraponham essas análises", trouxe o texto.