Por decisão do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), no último dia 19, o desembargador Mauro Pereira Martins, da 13ª Câmara Cível, e peritos judiciais e técnicos da prefeitura avaliaram as condições da encosta, no trecho do Vidigal, o mais castigado pelo temporal de maio. O desembargador subiu o trecho mais afetado pela chuva, ficando no local por cerca de uma hora.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação enviou nota técnica, além de laudo de um consultor independente, contestando novamente o relatório dos peritos nomeados pela Justiça. No texto, a pasta afirma que todas as casas voltadas para o curso natural das águas da chuva foram demolidas e que "as demais casas não contribuem para a sub-bacia, onde ocorreu o deslizamento". Ainda segundo o texto, o laudo pericial demonstra "preciosismo que extrapola qualquer limite do bom senso e da ética profissional, além de falta de conhecimento e experiência na questão geotécnica".
O documento da prefeitura menciona ainda que foi construída uma galeria de cintura para captação do esgoto. "Tal intervenção tem sido reiteradamente desprezada pelos peritos do juízo", alegou.
No texto, a secretaria informa que o "conjunto de pedras existentes no topo do escorregamento" trata-se de um afloramento do maciço rochoso fraturado, que ali já existe há anos. De acordo com a prefeitura, o local passou por uma vasta análise, com programa computacional usado mundialmente e, em 5 mil simulações, não foi observado nenhum caso em que algum bloco de pedra tenha se aproximado da Niemeyer.