Três idosos foram baleados ao entrarem por engano em uma favela do Jóquei, em São Gonçalo, no dia 11 - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Três idosos foram baleados ao entrarem por engano em uma favela do Jóquei, em São Gonçalo, no dia 11Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - Durante o mês de agosto, a plataforma Fogo Cruzado registrou 289 tiroteios e disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio, uma queda de 55% nos registros em relação ao mesmo período de 2019, quando houve 646 tiros. O levantamento da plataforma que aponta para queda de tiroteios e baleados foi antecipado pelo jornal O DIA.
O número de baleados este mês é 66% menor que o registrado em agosto do ano passado: foram 89 este mês, com 39 mortes, enquanto no mesmo período de 2019 foram 252, com 139 mortes.

Além dos tiroteios e dos baleados, a presença de agentes de segurança nestes eventos também diminuiu: foram 241 tiroteios registrados em agosto, houve participação das unidades de segurança pública em 61 deles, 70% a menos que em 2019, quando houve participação em 201 tiros.

Houve 54 tiroteios em áreas com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). As regiões mais atingidas foram Complexo da Penha (14), Complexo do Alemão (7), Andaraí (7), Mangueira (4) e Prazeres (3). Em comparação com julho, que teve 33 registros, este mês teve aumento de 64% no número de tiros nessas áreas.

Veja mais alguns detalhes sobre a violência armada no Grande Rio em agosto:

O Rio de Janeiro concentrou 63% do acumulado na região metropolitana este mês (289), com 182 tiroteios. Em seguida, vêm São Gonçalo (29), Duque de Caxias (26), Niterói (12) e São João de Meriti (10). O Rio de Janeiro também teve o maior número de mortos (15) e de feridos (21) em agosto.
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Em comparação com julho, que teve 338 episódios de disparos de arma de fogo no Grande Rio, agosto, com 289 registros, teve queda de 14% nos tiros. Também houve queda de 30% no número de mortos e um aumento de 5% na quantidade de feridos. Foram 39 mortos e 46 feridos em agosto, e 56 mortos e 44 feridos em julho.
O dia 27 foi o dia com o maior número de tiros e de mortos no Grande Rio: foram 19 tiroteios e 4 mortes registradas. Neste dia houve uma disputa entre facções criminosas pelo domínio do Complexo de São Carlos, na Região Central do Rio, que provocou a morte de uma mulher, enquanto tentava proteger seu filho durante o tiroteio. Já o dia 14 foi o dia com mais feridos, foram 6 vítimas. 
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Mais uma vez a Vila Kennedy ocupou a primeira posição no ranking dos bairros do Grande Rio com mais tiros, foram 23 este mês. Em seguida, vêm Penha (12), Cidade de Deus (8), Estácio, Maré e Complexo do Alemão, todos com 7 registros.
A Zona Norte do Rio, com 94 registros, concentrou 33% do total de tiroteios acumulados no Grande Rio em agosto (289). Na sequência, vêm Baixada Fluminense (63), Zona Oeste (51), Leste Metropolitano (44), Centro (23) e Zona Sul (14). Em quarto lugar no ranking das regiões com mais tiroteios, o Leste Metropolitano – formado pelos municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, Cachoeira de Macacu e Tanguá – teve o maior número de mortos (14) e feridos (15), concentrando 34% dos baleados na região metropolitana este mês (85).
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Em agosto, houve 1 caso com 3 ou mais civis mortos em uma mesma situação no Grande Rio, ao todo 3 civis foram mortos nestas circunstâncias. Na ocasião, houve presença de agentes. No mesmo período de 2019, foram 10 casos que deixaram 31 mortos no total. Em 9 deles houve presença de agentes. Este mês houve queda de 90% na quantidade de casos e também de 90% na quantidade de mortos nestas situações.
Onze agentes de segurança foram baleados no Grande Rio este mês: 5 deles morreram e 6 ficaram feridos. Entre os mortos, todos estavam em serviço, entre os feridos, quatro estavam em serviço. Número de agentes baleados este mês é 48% menor que o registrado no mesmo período de 2019, quando 21 agentes foram atingidos (sendo 7 mortos). Entre os baleados naquele período, cinco morreram e dez ficaram feridos quando estavam fora do posto de trabalho.
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Seis pessoas foram vítimas de bala perdida no Grande Rio em agosto: uma delas morreu. A quantidade de vítimas este mês é 74% menor que a registrada no mesmo período de 2019, quando houve 23 baleadas, sendo 9 delas mortas. Entre as vítimas deste mês está na Ana Cristina da Silva, morta durante tiroteio no Complexo do São Carlos, no dia 26. Ana se curvou para proteger o filho, quando foi atingida por 2 tiros. Por conta do intenso tiroteio na região, Ana, que estava dentro de um carro, não conseguiu ser socorrida.
Este mês, uma criança (com idade inferior a 12 anos), um adolescente (com idade entre 12 anos e 18 anos incompletos) e três idosos (com idade igual ou superior a 60 anos) foram baleados no Grande Rio. Destes, um adolescente morreu. Em agosto de 2019, duas crianças (com idade inferior a 12 anos), oito adolescentes e sete idosos morreram. Destes, seis adolescentes e dois idosos morreram. Entre as vítimas, estão Tânia Gomes Moeda, de 70 anos, João Carlos Moeda, de 67 anos, e Henrique Antônio Espíndola, de 78 anos. Os três idosos foram baleados ao entrarem por engano em uma favela do Jóquei, em São Gonçalo, no dia 11.
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No acumulado do ano – de janeiro até agosto – o Fogo Cruzado registrou 3.236 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio. No total, 1.229 pessoas foram baleadas: sendo 615 mortas e 614 feridas. Em comparação com o mesmo período de 2019, que teve 5.518 tiroteios e deixou 2.062 pessoas baleadas – sendo 1.083 mortas e 979 feridas –, este ano teve uma queda de 41% no índice de tiroteios, de 43% na quantidade de mortos e de 37% no número de feridos.