Eduardo Fauzi - Arquivo Pessoal
Eduardo FauziArquivo Pessoal
Por O Dia
Rio - O economista Eduardo Fauzi virou réu na Justiça Federal do Rio pelos crimes de terrorismo e incêndio. Ele, que está preso na Rússia, é acusado de arremessar coquetéis molotov para dentro do prédio onde funciona a produtora do grupo humorístico Porta dos Fundos, no Humaitá (Zona Sul do Rio), em 24 de dezembro de 2019. Segundo o portal G1, Fauzi também teve a prisão preventiva decretada para fins de extradição.
Segundo a Polícia Civil, ele viajou para a Rússia cinco dias após o crime e está preso em Moscou desde setembro do ano passado por estar com o nome na Difusão Vermelha da Interpol.
Publicidade
O MPRJ considera que, ao lançar os artefatos explosivos, Fauzi assumiu o risco de matar o vigilante que estava trabalhando na portaria do edifício. Como a porta de acesso ao edifício é de vidro, o vigilante podia ser visto pelo lado externo. Segundo o Ministério Público, o vigilante só não morreu porque teve pronta reação, conseguindo controlar o incêndio causado e fugir do imóvel, apesar de a portaria ser pequena, com apenas uma saída.
Segundo a denúncia, o delito foi praticado por motivo fútil - Fauzi, que segundo a investigação agiu acompanhado por outros quatro comparsas ainda não identificados, discordou do conteúdo de um episódio especial de Natal protagonizado pelo Porta dos Fundos e produzido pela produtora atacada.
Publicidade
Após o anúncio de que Fauzi tinha virado réu por terrorismo, o juiz Alexandre Abrahão, da 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, declinou da competência para processar o caso, e remeteu para a Justiça Federal. Isso porque o crime de terrorismo é de competência federal.
Acusado de terrorismo
Publicidade
De acordo com a denúncia assinada pelo procurador da República Fernando Aguiar, "a motivação religiosa do ato terrorista está estampada na petição apresentada pelo advogado do próprio denunciado".

"Esta motivação religiosa estava, ademais, aditivada por preconceito homossexual, já que a indignação do denunciado e seus asseclas decorreu diretamente do fato de o vídeo produzido sugerir que Jesus Cristo teria tido uma experiência gay durante os 40 dias que passou no deserto", escreveu o procurador.
Em nota divulgada à imprensa, a defesa de Fauzi afirmou que "tem a absoluta certeza que as razões apresentadas pelo MPF não se sustentam pelos próprios argumentos, assim como a denúncia outrora oferecida na justiça estadual também não se sustentava, isto porque na esfera estadual o MPRJ descrevia um crime dano, mas denunciou por homicídio, sem base qualquer, já na esfera federal, o MPF denuncia pelo crime de terrorismo mas descreve, tanto em argumentos quanto em imagens a isenção contida no §2º da própria lei (...)".

Os advogados disseram que ainda que acreditam ser possível o trancamento da ação penal por meio de habeas corpus, e buscará o mesmo nas cortes superiores.