Movimentação de passagueiros no BRT de Madureira após a paralização no dia anterior. - Daniel Castelo Branco
Movimentação de passagueiros no BRT de Madureira após a paralização no dia anterior.Daniel Castelo Branco
Por O Dia
Rio - Os três corredores do BRT (Transoeste, Transcarioca e Transolímpica) voltaram a funcionar normalmente às 4h da manhã desta terça-feira após um dia de paralisação que deixou passageiros sem opção, expostos a aglomeração e transportes alternativos com preços abusivos. Os motoristas começaram a retomar o trabalho na noite de ontem.
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Os passageiros encontraram o serviço funcionando nesta terça-feira com os problemas costumazes como o trânsito em ônibus cheios. Na estação de BRT de Madureira, os cidadãos enfrentaram longas filas para embarcar. A reportagem do DIA também flagrou um ônibus quebrado circulando com a porta traseira aberta.
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Ônibus circula quebrado em Estação de BRT de Madureira, Zona Norte do Rio - Daniel Castelo Branco/ Agência O DIA
Ônibus circula quebrado em Estação de BRT de Madureira, Zona Norte do RioDaniel Castelo Branco/ Agência O DIA
O passageiro Vicente Barreto Leite, morador de Madureira, perdeu um exame que estava marcado no Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. "Ontem foi uma confusão, todo mundo perdeu o compromisso e eu fui um deles. Não sei quando consigo remarcar meu exame", queixou-se.
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Já Namir, conseguiu fazer a viagem de Madureira para a Barra da Tijuca fazendo um trajeto mais longo, indo à Central do Brasil. "Hoje eu quero ver se consigo embarcar. Já viu a fila?", disse na Estação do BRT em Madureira, Zona Norte do Rio. 
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse na manhã desta terça-feira que o controle do sistema de bilhetagem do BRT foi um erro, já que o Poder Público não tem acesso aos números. Após um dia de paralisação no serviço, Paes prometeu em entrevista ao programa 'Bom Dia Rio, da TV Globo' que o BRT vai funcionar bem, mas disse que a melhora não vai acontecer no tempo desejável. Em reunião na segunda-feira, o consórcio e a Prefeitura estabeleceram prazo de 3 meses para negociar mudanças no contrato de concessão.
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"Vai demorar um tempo para voltar a funcionar bem. Mas, vamos ficar em cima. Não tem ônibus na prateleira. Não podemos fazer aportes fora do contrato", disse.
A Justiça do Trabalho marcou uma audiência para as 14h desta terça-feira na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O BRT Rio suspendeu a aplicação do 5º. Termo Aditivo assinado com o Sindicato dos Rodoviários. Um dos motivos da paralisação foi o anúncio de que os funcionários ficariam afastados por 10 dias sem remuneração. Com isso, foi solicitado aos motoristas o retorno imediato ao trabalho. 
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Da audiência no TRT participam o Ministério Público do Trabalho, a Prefeitura do Rio, o BRT Rio e o Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro.
O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que a cidade retornou ao Estágio de Normalidade às 8h desta terça-feira. A cidade havia retornado ao Estágio de Mobilização às 5h. Com a paralisação do consórcio, a cidade entrou em Estágio de Atenção às 6h30 de segunda-feira, 1º de fevereiro.
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Paes fala em 'movimento coordenado'
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Paes se desculpou com a população e classificou a ação como "um movimento coordenado". "Peço desculpas. Infelizmente, o sistema do BRT vem enfrentando uma situação ruim já há algum tempo. Nós buscamos desde o primeiro momento, na transição ainda, melhorar o sistema. Sete ou oito estações já haviam sido recuperadas. Infelizmente nós tivemos hoje um movimento coordenado do BRT, que deu decisão aos motoristas e não tomou nenhuma atitude para que a população tivesse alternativas neste dia".
O prefeito disse ainda que, no domingo (31), os concessionários negaram que haveria qualquer tipo de paralisação nesta segunda e não aceitaram qualquer tipo de atendimento a um plano de contingência que foi apresentado pela Secretaria de Transporte.
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BRT anunciou que não tem dinheiro
No sábado (30), o BRT divulgou nota para anunciar que não tem recursos para honrar os próximos compromissos prioritários, como o pagamento da segunda parte do salário de janeiro – em 5 de fevereiro – e a compra de insumos necessários à operação, como combustível, por exemplo.
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De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, no BRT atuam cerca de 450 motoristas. Ele afirma que já havia informado a direção do BRT sobre a possibilidade de paralisação devido ao rodízio imposto aos funcionários. A situação piorou quando a empresa informou que não haveria condições de realizar o pagamento da categoria este mês.