Marcinho passa pelo carro no pátio da 42ª DP: ex-jogador do Botafogo alegou não ter prestado socorro por temer linchamento - Estefan Radovicz
Marcinho passa pelo carro no pátio da 42ª DP: ex-jogador do Botafogo alegou não ter prestado socorro por temer linchamentoEstefan Radovicz
Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), denunciou o jogador Márcio Almeida de Oliveira, o Marcinho, por homicídio culposo na direção de veículo pelo atropelamento dos professores Maria Cristina José Soares e Alexandre Silva de Lima. O acidente aconteceu no dia 30 de dezembro, quando o casal atravessava a Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. 
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De acordo com a denúncia, oferecida ao Juízo da 34ª Vara Criminal da Capital, foi agravada pois o jogador não parou para prestar socorro as vítimas. Em depoimento, Marcinho disse que o casal atravessou fora da faixa de pedestres, garantiu que não estava embriagado e que dirigia em baixa velocidade - a cerca de 60km/h, abaixo do limite de 70km/h da pista. Apesar da versão, o veículo, uma Mini Cooper preta, ficou destruído. O jogador disse que não socorreu as vítimas porque teve medo de linchamento.
O jogador estava acima da velocidade quando trafegava na via. No laudo da Polícia Civil, que O DIA teve acesso, o veículo estava entre 86km/h e 110km/h. A velocidade máxima permitida na Avenida Lúcio Costa, local do acidente, é de 70km/h.
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"Utilizando o Modelo de Happer, com base na distância de projeção do pedestre, a velocidade do veículo objeto do exame, varia entre 86 Km/h e 110 Km/h", diz um trecho do documento.

A pena prevista para o crime de homicídio culposo é de dois a quatro anos de prisão, aumentada de um terço se o agente não prestar socorro.
Marcinho parou carro em rua perto de acidente e foi à casa de amigo
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Um vídeo mostra que o ex-lateral do Botafogo estacionou o carro perto do local em que atropelou o casal de professores e foi à casa de um amigo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. As imagens estão em câmeras de segurança da região do acidente. 
As imagens mostram o percurso percorrido pelo jogador no dia do acidente, que vitimou Alexandre Silva Lima, de 44 anos, que morreu na hora, e a mulher dele, a professora Maria Cristina José Soares, 56 anos. Ela morreu após ficar internada em estado grave durante uma semana.
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O vídeo mostra Marcinho em um supermercado, onde ele fica quase meia hora. Ele deixa o estabelecimento comercial e pouco tempo depois, o jogador atropela o casal.
Juntos há 13 anos, o casal de professores do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) tinha ido à praia jogar flores para Iemanjá na noite do dia 30 para evitar aglomerações na virada.
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Vídeo mostra ex-Botafogo bebendo antes do atropelamento
Marcinho bebeu cinco chopes antes de atropelar e matar o casal de professores. No inicio do mês, o inquérito do caso foi finalizado e apontou que o jogador consumiu bebida alcoólica antes do acidente e dirigiu acima da velocidade permitida. No documento, que O DIA teve acesso, consta o indiciamento por duplo homicídio culposo (quando não há intenção de matar), e agravante pela fuga do local. A defesa responsável pelo atleta não quis se manifestar.
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Um vídeo do circuito interno de câmeras de segurança do restaurante Rei do Bacalhau, no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio, mostra o jogador os chopes entre 11h e 13h30 do dia 30 de dezembro, conforme consta no inquérito. Em depoimento, Marcinho afirmou que não havia ingerido álcool no dia do atropelamento. As imagens contrariam a versão do atleta.