Lapa, Região Central do RioRicardo Cassiano/Agencia O Dia

Por O Dia
Rio - A Justiça do Rio determinou, nesta sexta-feira, em decisão liminar, que bares e restaurantes do Rio podem fechar às 20h, e não mais às 17h, como havia decretado a prefeitura nesta quinta-feira. Em nota, a prefeitura anunciou que vai recorrer da decisão.
O pedido foi feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seccional do Rio (Abrasel-RJ), que diz que o decreto "afronta os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, afetando a subsistência de seus associados e, por consequência, relevante setor da economia da cidade do Rio de Janeiro".
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Prejuízos após restrições
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No primeiro dia de restrições na cidade do Rio de Janeiro, proprietários de quiosque na Zona Oeste já contabilizam os prejuízos que terão com o fechamento das barracas como demissões e perda de alimentos armazenados. 
No Quiosque Naná, na praia da Barra da Tijuca, cinco funcionários foram dispensados.
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"Tive que dispensar cinco funcionários para conseguir sobreviver. Não sei como vamos ficar, mas esta situação é injusta. Por que os bares e restaurantes podem funcionar e os quiosques não? Não queremos descumprir nenhuma regra. Queremos só direitos iguais", reclamou o proprietário Thadeu de Lima, 38.
Um dos funcionários demitidos do quiosque, Lucas Cardoso Amaral, 23, disse que está preocupado com a situação. 
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"Não sei o que vou fazer. Eu trabalho por comissão. Sem trabalho, não tem dinheiro. Estou preocupado e na esperança disso passar logo".
Paes defende restrições em postagens
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Em uma postagem nas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes mostrou um gráfico e ressaltou a importância das restrições na cidade. "Ontem tivemos um aumento de 16% nos atendimentos nas redes de urgência e emergência da cidade relacionados a covid-19. Reparem como esse número ia caindo, estacionou e voltou a subir. Esse número não tem a ver com internações ou óbitos. Trata-se, no entanto, de uma variável super importante. É para essas unidades que as pessoas se dirigem com os primeiros sintomas. Alguns casos vão ser confirmados, outros não", pontuou Paes.
ATENÇÃO: Ontem tivemos um aumento de 16% nos atendimentos nas redes de urgência e emergência da cidade relacionados...
Publicado por Eduardo Paes em Sexta-feira, 5 de março de 2021

"O que fica claro é um aumento de pessoas na cidade com os sintomas. A rede municipal segue com vagas e sem fila de espera. É assim que queremos deixar. E esse dado ajuda muito nisso. Quanto menos as pessoas circularem, menos transmissão do vírus. Não é caso de fechar tudo mas sim de restringir algumas aglomerações. Aqui decisões são tomadas com base em dados. Não no que eu acho ou penso. Claro, se soma a esse dado o que está acontecendo em outros lugares no Brasil e a circulação de novas variantes", finalizou o prefeito.
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Prefeitura vai recorrer
A Prefeitura do Rio informou, na noite desta sexta, que foi notificada sobre a liminar e recorrerá da decisão "por entender ser insuficiente o fechamento a partir das 20h".
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"De acordo com a Vigilância em Saúde e a Secretaria de Ordem Pública, o horário das 17h, que consta no decreto, foi estabelecido a partir de orientação técnica para diminuir a circulação de pessoas, evitar aglomeração e garantir o distanciamento social. Somente este ano, das 284 infrações sanitárias, mais de 87% foram realizadas no período noturno, evidenciando este ser o horário com mais pontos de aglomeração e descumprimento das regras por parte da população", diz a nota
"A Secretaria Municipal de Saúde constatou nesta quinta-feira um aumento de 16% dos casos de atendimento de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave nas unidades de urgência e emergência da cidade, o que reforça a necessidade de maior rigor nas medidas de proteção à vida", finaliza o documento.