A massoterapeuta Luzia Cristina Possas, 53, se queixa da falta de manutenção que atrasa e expõe a riscos os passageiros
A massoterapeuta Luzia Cristina Possas, 53, se queixa da falta de manutenção que atrasa e expõe a riscos os passageirosReginaldo Pimenta/ Agência O DIA
Por O Dia
Rio - Passageiros que estiveram na estação de BRT Estação Paulo da Portela, em Madureira, Zona Norte do Rio, neste primeiro dia de intervenção da Prefeitura do Rio no modal cobraram aumento do número de veículos. 
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Usando duas máscaras para se proteger da covid-19, a cuidadora de idosos, Jocélia Duarte, 50, faz todo dia o percurso de Madureira a Pedro Correa, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Ela lembra que precisa se deslocar por trabalhar em atividade essencial e se sente exposta ao contágio no transporte público.
"Tem que aumentar a quantidade de BRT porque estão muito cheios. Se levantar o pé, não bota de novo no chão. As portas vão abrindo durante a viagem. Não tem ar-condicionado. Tem pessoas sem máscara. Muita coisa tem que mudar. A doença tá se espalhando. As pessoas têm que se conscientizar. Eu tenho que ir trabalhar de qualquer forma, apertada ou não", afirma a cuidadora de idosos.
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A massoterapeuta Luzia Cristina Possas, 53, concorda. Ela mora em Bento Ribeiro, e costuma fazer o trajeto de Madureira até a Barra da Tijuca, Zona Oeste. Além da lotação dos veículos, ela se queixa da falta de manutenção que atrasa e põe em risco a vida dos usuários. Luzia também cobra mais organização nas estações para evitar brigas e acidentes.
"O que precisa mudar é o aumento de ônibus na linha e colocar gente para cuidar da fila. Vejo acidentes e brigas dentro dos veículos por conta de espaço. O trabalhador quer chegar no horário e não está conseguindo pela carência de ônibus. Além disso, tem muitos ônibus com portas abrindo: vi duas vezes na semana passada, quase que os passageiros caem. Tem ônibus quebrando toda hora", aponta a massoterapeuta.
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Ela acrescenta que nesta semana precisou descer na Estação Alvorada e pegar outro ônibus pra chegar ao Jardim Oceânico depois que um veículo quebrou. "Já aconteceu de motorista perder o freio. Peço que as autoridades tenham mais cuidado e carinho", completa.
Intervenção no BRT começa com linha expressa entre os terminais de Santa Cruz e Alvorada
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A Prefeitura do Rio inicia nesta terça-feira (23) a intervenção temporária do BRT. Já no primeiro dia, algumas medidas adotadas: a criação de uma linha expressa entre os terminais de Santa Cruz e Alvorada.
Pelo menos 20 ônibus regulares atendem aos passageiros do transporte. Os coletivos seguem até à Barra da Tijuca sem parar em nenhuma estação.
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Em Santa Cruz, o usuário do transporte não enfrenta fila para entrar no terminal. Funcionários da prefeitura auxiliam com megafone para facilitar o acesso.
O prefeito Eduardo Paes nomeou a servidora aposentada Claudia Antunes Secin, ex-presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), como interventora do BRT. Ela responde processo por improbidade administrativa e danos ao erário. A intervenção segue até que seja realizada uma nova licitação para que o serviço do BRT seja assumido por uma nova empresa.
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Entre as medidas emergenciais que já foram adotadas está a de recuperar o mais rápido possível veículos que atualmente estão fora de circulação. Uma empresa especializada vai diagnosticar a totalidade da frota do BRT e identificar os ônibus que exijam uma quantidade menor de reparos para voltarem a circular em menor tempo possível. Atualmente, há 130 veículos em circulação de uma frota estimada, por contrato, de 413 articulados.
Outras ações programadas são a reabertura de estações fechadas, melhorias de infraestrutura, reforço da segurança nas estações, fiscalização sobre invasão de veículos na calha do BRT e o combate ao calote. Será realizada ainda uma avaliação periódica das estações para o planejamento e execução de ações conjuntas com outras secretarias.

A equipe de intervenção trabalhará com estrutura e pessoal já existentes do BRT, para otimizar a produtividade. Além disso, os órgãos municipais envolvidos são as secretarias de Ordem Pública, Conservação, Infraestrutura e as subprefeituras da Zona Oeste, Zona Norte, Jacarepaguá e Barra da Tijuca, além da CET-Rio, Guarda Municipal, Rioluz, Comlurb e Centro de Operações Rio.