Motoboy agredido em condomínio na Barra da Tijuca convoca entregadores de comida para manifestação
Marcus Vinícius Gomes Corrêa, de 31 anos, foi vítima de agressões por sair pela área social do prédio, permitida apenas para os moradores
Rio - O motoboy agredido por porteiros de um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na noite desta segunda-feira (29), convocou os colegas de profissão para uma manifestação, nesta terça-feira, em frente ao prédio localizado na Avenida Lúcio Costa. Marcus Vinícius Gomes Corrêa, de 31 anos, trabalha como motoboy em tempo integral para realizar o sonho de se formar como piloto de avião e foi vítima de agressões por sair pela área social do prédio, permitida apenas para os moradores.
“Fui agredido pelos porteiros. Meu crime: sai pela entrada social. Como é um prédio redondo, redondo não tem lado. Quando eu saí pela entrada social, o porteiro veio me empurrando me agredindo verbalmente, dizendo que eu não poderia sair por ali”, relatou, em vídeo.
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Vinícius contou que o porteiro o empurrou e pegou um porrete para bater nele, mas ele conseguiu revidar e pegar o objeto da mão do funcionário do prédio.
“Daqui a pouco vieram quatro porteiros me agredir, cinco se juntaram com um morador que se diz policial e começaram a me agredir. Estou cheio de dor aqui, chutaram meu rosto, me deram paulada no braço, estou mancando, meu tornozelo está inchado, minha coluna está doendo”.
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Apesar de expor o caso de violência e convocar uma manifestação contra o condomínio de luxo, o motoboy disse que ainda está assustado e sem poder trabalhar. Vinícius trabalha como motoboy em dois lugares para pagar os altos custos do curso de aviação, já que seu sonho é ser piloto de avião.
“Trabalho de 10h às 17h em um trabalho e depois em outro de 19h às 1h da madrugada em outro, vou para casa e durmo, já acordo vindo para o meu outro trabalho. Estudo nesse meio tempo de um trabalho para outro, no meu horário de almoço também e nas minhas folgas”.
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O morador de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, disse que ele mesmo decidiu fazer o vídeo para expor as agressões, mas tem medo de um dia ter que retornar ao mesmo condomínio e sofrer preconceito e de que outros porteiros criem problemas com ele.
O advogado Bernardo Villas Boas, que representa o condomínio Torre Ernest Hemingway, disse, em nota, que o condomínio está apurando os fatos e colaborando com a polícia. Segundo o advogado, o funcionário agredido está hospitalizado e que todos estão preocupados com o estado de saúde dele.
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O caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca). A polícia vai ouvir testemunhas e convocar os funcionários e o morador envolvido na briga para depor. O vídeo gravado por ele no momento das agressões já estão sob posse da Polícia Civil. Imagens do circuito de segurança do condomínio serão analisadas.
*Estagiária sob supervisão de Yuri Hernandes
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