Idosa de 94 anos recebeu vacina sem a dose do imunizante contra covid-19 em Petrópolis
Idosa de 94 anos recebeu vacina sem a dose do imunizante contra covid-19 em PetrópolisArquivo Pessoal
Por Karen Rodrigues*
Rio - A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a aplicação de uma dose de "vacina de vento" na cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, que aconteceu no mês de fevereiro deste ano. Após a conclusão do caso, a polícia pediu o arquivamento ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A investigação foi realizada a partir de provas testemunhais de todos os presentes e análise do vídeo divulgado pelo parente da senhora de 94 anos, vítima da falsa vacinação.
"O relatório é caucado na hipótese de que houve imperícia e o desperdício acidental de dose. Diante da falta de indícios de que houve má-fé da profissional, opinamos pelo arquivamento ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro até que surjam novos fatos e ou novos elementos que justifiquem o seu desarquivamento", disse o delegado João Valentim Neto, da 105ª DP (Petrópolis), responsável pela investigação.
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O Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) comunicou que, no âmbito do Plano Nacional de Imunização (PNI), a técnica de enfermagem responderá junto ao Departamento de Ética do conselho sobre a possibilidade de ter cometido imperícia, imprudência ou negligência no ato vacinal, à luz do Código de Ética da Enfermagem. "A ela estão garantidos o direito à ampla defesa e do contraditório".
Procurado, o MPRJ ainda não informou se o caso será arquivado.
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Relembre o caso
Uma senhora de 94 anos de Petrópolis foi uma das vítimas da aplicação da "vacina de vento" no Estado do Rio, em fevereiro deste ano. No vídeo, a técnica de enfermagem aparece com dificuldade em abrir a proteção da agulha da seringa e o parente da idosa, que está no banco de motorista e filmando a ação, sugere trocar a seringa. Com isso, a profissional pega outra seringa, no entanto, sem a dose do imunizante contra covid-19 e aplica na idosa.
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Após o relato destes acontecimentos, a prefeitura do município entrou em contato com o familiar da idosa e ela foi vacinada corretamente.
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A prática da falsa vacinação é crime. Se fosse comprovado o desvio da dose, seria configurado crime de peculato, que prevê pena de prisão de 2 a 12 anos e multa.
*Estagiária sob supervisão de Cadu Bruno