Apesar das operações, restrição salvou, ao menos, 288 vidas em 2020
Apesar das operações, restrição salvou, ao menos, 288 vidas em 2020Reprodução do Twitter
Por O Dia
Rio - Um mapeamento do Instituto Fogo Cruzado apontou que a região da Praça Seca, na Zona Oeste do Rio, foi uma das mais afetadas pela violência armada no mês de março. O bairro sofreu com 11 dias consecutivos de tiroteios, entre os dias 9 e 19. A plataforma mapeou 37 tiroteios/disparos de arma de fogo no local, sendo 33 deles no Morro do Barão, dois na favela do Bateau Mouche, um na Favela da Chacrinha e um fora de favelas da região.
O Instituto também mapeou, no mesmo mês, 582 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio, dos quais em 179 (31%) deles houve participação de agentes de segurança pública. O número de tiroteios foi 30% maior que o acumulado no mesmo período de 2020, quando aconteceram 446 registros. Também houve aumento de 40% nas trocas de tiros com participação de agentes de segurança. Em março do ano passado, foram 128.
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Em comparação com fevereiro de 2021, que registrou 380 tiroteios/disparos de arma de fogo, o aumento foi de 53% em março. Mas, houve queda de 5% no número de mortos. Enquanto fevereiro deste ano teve 94 mortes, das 200 pessoas baleadas em março, 89 morreram e 111 ficaram feridas. Comparando com março de 2020, que teve 54 mortes e 92 feridos, o aumento no número de mortos foi de 65% e 21% na quantidade de feridos.
Somente no dia 17 deste mês, foram registrados 35 tiroteios, sendo o dia que mais teve confrontos. Já os dias 6 e 27 tiveram o maior número de mortos, com 7 registros. Os dias 9 e 25 de março registraram o maior número de feridos, com 8 deles.
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Regiões mais afetadas
A cidade do Rio foi a mais afetada pelos tiroteios, com 143, 41 mortos e 43 feridos. Em seguida está São Gonçalo, com 74 tiroteios, 19 mortes e 36 feridos. Belford Roxo teve 55 confrontos, 4 mortos e 10 feridos. Duque de Caxias, registrou 21 tiroteios, 5 óbitos e 6 feridos. Já Nova Iguaçu teve 19 tiroteios e 7 mortos.
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Houve 96 tiroteios em áreas com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), e, em 19 deles agentes de segurança estavam envolvidos. Ao todo, 14 pessoas foram baleadas nestes espaços, 7 morreram e 7 ficaram feridas. As áreas de UPP’s mais afetadas foram o Complexo do Alemão, com 18 tiroteios e 2 feridos, Complexo da Penha, com 15 tiroteios, Prazeres com 9 tiroteios e um ferido, Turano, com 8 tiroteios, 2 mortos e um ferido e Borel, com 8 tiroteios.
No período de janeiro até março, o Fogo Cruzado mapeou 1.383 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ao todo, 606 pessoas foram baleadas, delas 294 morreram e 312 foram feridas. No mesmo período de 2020, houve 1.277 tiroteios/disparos que deixaram 579 baleados (277 mortos e 302 feridos). Em comparação com o período entre janeiro e março de 2020, este ano houve aumento de 8% nos tiroteios, de 6% no número de mortos e de 3% no número de feridos.
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Vítimas em março
No mês de março, foram registradas seis chacinas, que deixaram 21 mortos no total. Em 5 delas, agentes de segurança estavam envolvidos, o que representa um aumento de 200% na quantidade de casos, de 250% no número de mortos e de 400% na participação de agentes de segurança em comparação com março de 2020, que teve duas chacinas, sendo uma delas com presença de agentes, e seis mortos no total.
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Também neste mês, 19 agentes de segurança foram baleados no Grande Rio. Deles, 9 morreram, sendo um em serviço, 5 fora de serviço e 3 eram aposentados ou exonerados. Outros 10 ficaram feridos, sendo um em serviço, 8 fora de serviço e um era aposentado ou exonerado. O número de baleados é 27% maior que o registrado em março de 2020, que teve 15 baleados, sendo 5 mortos (2 em serviço e 3 fora de serviço) e 10 feridos (7 em serviço, 2 fora de serviço e um era aposentado ou exonerado).
Ainda no Grande Rio, 14 pessoas foram vítimas de balas perdidas, 4 delas morreram e 10 ficaram feridas. Em comparação com março de 2020, com 7 vítimas (sendo 2 mortas e 5 feridas), o número de pessoas atingidas dobrou. Entre as vítimas na região, 4 adolescentes com idade entre 12 anos e 17 anos, e 4 idosos com idade a partir de 60 anos foram baleados. Destes, um adolescente e um idoso morreram. No mesmo período do ano passado, 3 crianças com idade inferior a 12 anos, 2 adolescentes e 2 idosos foram baleados. Destes, uma criança, um adolescente e 2 idosos morreram.