Trem da SuperVia
Trem da SuperViaEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - A manhã foi de caos para os trabalhadores cariocas. Segundo a SuperVia, todos os ramais ficaram com intervalos irregulares em função do agravamento de ações de vandalismo e furto de cabos de sinalização em vários trechos dos ramais Saracuruna (Central-Gramacho), Japeri e Santa Cruz.
A concessionária informou que às 9h15 foram normalizados os intervalos dos ramais Japeri e Saracuruna (Central-Gramacho) e, às 9h40, os do ramal Santa Cruz. 
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Os trens aguardaram ordem de circulação, uma vez que o controle das composições passou a ser feito via rádio e não de forma automática. Os intervalos ficaram irregulares. Os clientes foram informados por meio do sistema de áudio dos trens e das estações.
Roubo de cabos no primeiro trimestre de 2021 já chega a 96% de todo o ano passado
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De acordo com a concessionária, o furto de cabos prejudica todo o planejamento e afeta os intervalos entre os trens porque o comando para o maquinista seguir viagem passa a ser feito por rádio pela equipe de controladores que atuam no Centro de Controle Operacional (CCO) da SuperVia e não mais de forma automática. Isso gera irregularidades nos intervalos. O período de maior impacto é o pico matutino, horário com intenso tráfego de trens com destino à Central do Brasil. Por isso, os intervalos têm ficado irregulares nos últimos dias.

O aumento de furtos tem prejudicado o funcionamento da sinalização automática ao longo de todo o sistema da SuperVia, mas principalmente no ramal Japeri, como nas proximidades de Olinda, Edson Passos, Comendador Soares e Engenheiro Pedreira. Diante desse cenário, a SuperVia reforçou as equipes de controladores e supervisores que atuam no Centro de Controle Operacional (CCO), responsáveis diretamente pelo tráfego junto aos maquinistas.

"Quando a operação é aberta pela manhã, nos deparamos com vários novos casos que ocorreram durante a noite e precisamos alterar todo o planejamento. Isso inclui licenciar os trens. É como se os sinais de uma avenida tivessem apagado e passamos a contar com o guarda de trânsito. Por isso, os trens passam a viajar de forma mais lenta, porque a segurança operacional é o nosso maior valor", explica Marcelo Feitoza, gerente de Operações da SuperVia.

Criminosos acessam indevidamente a ferrovia e invadem a linha férrea para cortar os cabos. O interesse por esse material se deve à sua composição de cobre, que é facilmente revendido no mercado ilegal.

"O furto de alguns poucos metros de cabo ou mesmo o corte deles já é suficiente para afetar a operação. Precisamos de um apoio urgente do poder público no combate a esses crimes, para continuarmos prestando o serviço de transporte à população fluminense", diz Roberto Fischer, gerente de Via Permanente da SuperVia.

Falta de material no mercado para reposição

O crescimento na quantidade de furtos, principalmente no ramal Japeri, somado ao aumento significativo da extensão levada pelos criminosos, zerou o estoque de cabos na SuperVia para reposição e vem se tornando um desafio extra para a equipe de manutenção da concessionária. O prazo normal de entrega do material pelos fornecedores também está afetado pelo período atípico da pandemia e dificuldade de mão de obra nas fábricas. Como exemplo, a concessionária fez uma compra de cabos no início de 2021, mas a previsão de chegada do material e conclusão dos reparos no ramal Japeri é para início de abril, quando então a circulação deverá ser normalizada.