Irmã de Dr. Jairinho diz para babá não ser 'juíza do caso'
Encontro ocorreu dias antes de Thayná Oliveira Ferreira prestar seu primeiro depoimento à polícia e mentir sobre a rotina de vida do casal e as agressões contra Henry Borel
Rio - Em novo depoimento prestado ao delegado Henrique Damasceno, da 16ª DP (Barra da Tijuca), a babá de Henry Borel, Thayná Oliveira Ferreira, revelou trechos de uma conversa que teve com a irmã do vereador Dr. Jairinho, Thalita Souza. No encontro, a irmã do parlamentar disse a moça, em tom ameaçador, que ela não deveria ser a "juíza do caso do irmão dela".
Segundo a babá, o encontro com Thalita foi na casa dos pais do vereador, onde sua mãe trabalha como cuidadora do sobrinho de Jairinho, dias antes do primeiro depoimento. Na ocasião, a irmã do político pediu que ela lhe contasse tudo que sabia sobre o relacionamento do irmão e, logo depois, disse que "menos seria mais", dando a entender que Thayná não deveria contar a verdade para a polícia.
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Thayná ficou por mais de sete horas na delegacia prestante seu segundo depoimento. Ela contou que mentiu pela primeira vez a pedido da professora Monique Medeiros, mãe de Henry Borel.
A moça também relatou que o pedido de Monique ocorreu durante um encontro com o advogado André França Barreto, que defende Jairinho. Nesse mesmo encontro, o advogado deu orientações sobre o que Thayná deveria responder em uma entrevista para uma equipe de reportagem e durante seu depoimento na delegacia.
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No documento obtido pelo O DIA, a babá diz que Barreto se apresentou como um homem religioso e, usando o nome de Deus, questionou a moça se ela colocaria a mão no fogo pro Jaririnho e Monique.
Thayná revelou também que outras pessoas sabiam que Henry era torturado por Jairinho. Além da irmã do vereador, a babá relatou uma conversa com a avó materna do garoto. Na ocasião, a mulher a questionou, alegando que Henry poderia estar mentindo.
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Henry Borel morreu na madrugada do dia 8 de março. O casal Jairinho e Monique alegaram que encontraram a criança desacordada no chão do quarto e o levaram para o Hospital Barra D'or.
Os médicos que atenderam o casal disseram que a criança ja chegou morta no hospital. Após a confirmação do óbito o corpo teve que ser levado para o IML para exames.
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Peritos constataram que a criança apresentava vários sinais de violência. Henry Borel morreu por complicações de uma hemorragia por conta do rompimento do fígado.
Depois de um mês de investigação, a Polícia Civil e o Ministério Público pediriam a prisão temporária de Jairinho e Monique, ambos acusados de matar a criança.
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o jornal O DIA tentou entrar em contato com os citados, mas não teve retorno.
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