"Não podemos achar que ela está falando a verdade, ela mudou o depoimento em uma estratégia de defesa", disse Leonardo ao analisar alguns pontos da carta. Para ele, a declaração de Monique, em que ela cita ter vivido um relacionamento abusivo é contraditória, já que a polícia, durante 30 dias de investigações com telefones e testemunhas, não constatou essa informação.
"Todos os telefones foram apreendidos e não teve nada dessa natureza relatada. A polícia foi categórica ao dizer que ela [Monique Medeiros] sabia de tudo que estava acontecendo", explicou a defesa de Leniel. Ao ser questionado sobre o possível rumo das investigações, o advogado enfatizou que o que a defesa de Monique quer neste momento é fazer com que ela seja ouvida, no entanto, pelo fato do inquérito estar em fase de conclusão o delegado só poderia ouvi-la caso ela apresentasse um fato novo que modificasse o que teria acontecido no dia da morte do menino.
"Quem matou? Como matou? Ela não traz um fato novo, ela só diz que estava dormindo, que não viu nada, o que ela trouxe de novo? Nada. Em nenhum momento ela quer esclarecer a morte do filho, ela quer esclarecer o lado dela. Ela alega que estava apagada, cabe a ela comprovar isso", afirmou.
De acordo com a Polícia Civil, Monique teria conhecimento das agressões que o filho sofria. "Se ela tivesse um mínimo de cuidado, ele não teria morrido. Ele só morreu pois a mãe foi omissa no devido cuidado com ele, isso é fato que está comprovado", concluiu Leonardo Barreto.
Para a polícia e o Ministério Público do Rio, há indício suficiente para que Monique e Jairinho sejam indiciados peloa morto de Henry Borel. Segundo o delegado Antenor Lopes, diretor do Departamento Geral de Polícia do Rio, os investigadores não encontraram "indício de que Monique era ameaçada pelo namorado".
O casal é suspeito da morte do menino. Jairinho pode responder por homicídio e tortura. Para a polícia, Monique foi conivente com as atitudes do namorado com o filho, já que tinha a obrigação de denunciar o caso.
Defesa de Monique Medeiros insiste em novo depoimento
No último dia 14 de abril, um dos advogados da mãe de Henry, Hugo Novais, disse na porta da 16ª DP (Barra da Tijuca) que sua cliente precisava ter voz. "Chegou o momento de a Monique falar de maneira isenta. Ela vai ter a oportunidade de prestar novo depoimento. E, neste momento, ninguém pode falar em nome da Monique. A estratégia que a defesa tem é exclusivamente uma: que a Monique diga a verdade", disse o advogado.
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