Leniel Borel e o filho Henry
Leniel Borel e o filho HenryArquivo pessoal
Por *Thalita Queiroz
Rio - O advogado do pai do menino Henry Borel, Leonardo Barreto, disse que carta escrita por Monique Medeiros é composta por vários pontos mentirosos e que o conteúdo não traz nenhum fato novo ao inquérito, apenas uma tentativa da defesa de Monique de conseguir um novo depoimento. De acordo com a defesa de Leniel Borel, a mãe do menino estaria "pegando carona" no depoimento das ex-namoradas de Dr. Jairinho.
No documento, com 29 páginas, a professora, mãe de Henry Borel, se defende das acusações sobre a morte do filho e afirma que foi orientada a mentir na delegacia. Os dois seguem em prisão temporária por 30 dias e são investigados pelo crime de homicídio duplamente qualificado e tortura.
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Na cadeia, Monique Medeiros escreveu carta de 29 páginas em que afirma que teme pela vida dos pais, por Jairinho ser uma pessoa muito influente  - Divulgação
Na cadeia, Monique Medeiros escreveu carta de 29 páginas em que afirma que teme pela vida dos pais, por Jairinho ser uma pessoa muito influente Divulgação


"Não podemos achar que ela está falando a verdade, ela mudou o depoimento em uma estratégia de defesa", disse Leonardo ao analisar alguns pontos da carta. Para ele, a declaração de Monique, em que ela cita ter vivido um relacionamento abusivo é contraditória, já que a polícia, durante 30 dias de investigações com telefones e testemunhas, não constatou essa informação.

"Todos os telefones foram apreendidos e não teve nada dessa natureza relatada. A polícia foi categórica ao dizer que ela [Monique Medeiros] sabia de tudo que estava acontecendo", explicou a defesa de Leniel. Ao ser questionado sobre o possível rumo das investigações, o advogado enfatizou que o que a defesa de Monique quer neste momento é fazer com que ela seja ouvida, no entanto, pelo fato do inquérito estar em fase de conclusão o delegado só poderia ouvi-la caso ela apresentasse um fato novo que modificasse o que teria acontecido no dia da morte do menino.

"Quem matou? Como matou? Ela não traz um fato novo, ela só diz que estava dormindo, que não viu nada, o que ela trouxe de novo? Nada. Em nenhum momento ela quer esclarecer a morte do filho, ela quer esclarecer o lado dela. Ela alega que estava apagada, cabe a ela comprovar isso", afirmou.

De acordo com a Polícia Civil, Monique teria conhecimento das agressões que o filho sofria. "Se ela tivesse um mínimo de cuidado, ele não teria morrido. Ele só morreu pois a mãe foi omissa no devido cuidado com ele, isso é fato que está comprovado", concluiu Leonardo Barreto.

Para a polícia e o Ministério Público do Rio, há indício suficiente para que Monique e Jairinho sejam indiciados peloa morto de Henry Borel. Segundo o delegado Antenor Lopes, diretor do Departamento Geral de Polícia do Rio, os investigadores não encontraram "indício de que Monique era ameaçada pelo namorado".

O casal é suspeito da morte do menino. Jairinho pode responder por homicídio e tortura. Para a polícia, Monique foi conivente com as atitudes do namorado com o filho, já que tinha a obrigação de denunciar o caso.

Defesa de Monique Medeiros insiste em novo depoimento

No último dia 14 de abril, um dos advogados da mãe de Henry, Hugo Novais, disse na porta da 16ª DP (Barra da Tijuca) que sua cliente precisava ter voz. "Chegou o momento de a Monique falar de maneira isenta. Ela vai ter a oportunidade de prestar novo depoimento. E, neste momento, ninguém pode falar em nome da Monique. A estratégia que a defesa tem é exclusivamente uma: que a Monique diga a verdade", disse o advogado.

Defesa de Dr. Jairinho diz que carta escrita por Monique é 'obra de ficção'
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A defesa do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, disse, nesta segunda-feira (26), que a carta escrita por Monique Mendeiros, namorada de político, e entregue aos advogados dela se trata de uma "peça de ficção". O advogado Braz Sant’Anna assumiu a defesa de Jairinho depois da desistência do advogado André França Barreto, que deixou o caso alegando evitar "conflito de interesse". 
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes