Flordelis muda o tom e chora em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados
Durante o depoimento, a parlamentar também afirmou que começou um tratamento psicológico e durantes as sessões de terapia, tem conseguido entender que seu relacionamento com Anderson pode ter sido abusivo
Por O Dia
Rio - A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) mudou o tom do seu depoimento e chorou durante sua fala ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, na quinta-feira (13). Durante o depoimento, Flordelis afirmou que foi agredida pelo marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado a tiros em junho de 2019, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
A parlamentar também afirmou que esta fazendo tratamento psicológico, e durante as sessões de terapia, tem conseguido compreender que seu relacionamento com Anderson pode ter sido abusivo.
A afirmação foi feita nesta quinta-feira (13), durante as quatro horas em que falou no processo que julga a cassação do mandato dela por quebra de decoro parlamentar. Flordelis é acusada pelo Ministério Público de ser a mandante do crime.
Ela também afirmou que o marido ficava com mais da metade do salário dela como parlamentar. Segundo a deputada, o dinheiro era usado para pagar dívidas do casal e para manter a igreja em que atuavam.
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"O dinheiro era nosso. Eu é que ficava com 40% do dinheiro, o restante o meu marido ficava para pagar as dívidas, as contas, as nossas contas. Esse dinheiro não era administrado só pelo meu marido. O dinheiro da igreja e da família era administrado pelo meu marido e pelo filho principal que me acusou desse assassinato", disse a deputada.
No início do depoimento, Flordelis lembrou como o pastor Anderson do Carmo atuava na Câmara dos Deputados. "Meu marido era uma peça fundamental. O apelido do meu marido nesta Casa era '514'. Muitos dos deputados dessa casa nem o chamavam pelo nome, passavam pelos corredores e diziam: 'E aí, 514?'. A parlamentar era eu, mas o articulador era ele", comentou.
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Apesar de ser ré no inquérito da morte do marido, a deputada negou qualquer envolvimento com a morte dele. "Eu me tornei cantora renomada pelo meu talento, pela minha voz, mas foi através das articulações que ele fez. Se forem na gravadora, vão ouvir também que as reuniões, as principais reuniões, era ele quem ia", contou.
Júri popular
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Na quarta-feira (5), a Justiça do Rio decidiu que a parlamentar irá à júri popular pela morte do marido, morto em junho de 2019, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Na decisão, assinada pela juíza do 3º Tribunal do Júri de Niterói (RJ), Nearis dos Santos Carvalho Arce, outras nove pessoas indiciadas pelo crime também serão submetidas à decisão dos jurados.
O inquérito policial, aceito pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), concluído pelo delegado Allan Duarte, aponta a parlamentar como mandante do assassinato. Ela foi indiciada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.