Local na Cidade de Deus, onde um motociclista foi morto na noite passada e a pintura com o rosto do outro motociclista que morreu no mesmo lugar em janeiro.
Local na Cidade de Deus, onde um motociclista foi morto na noite passada e a pintura com o rosto do outro motociclista que morreu no mesmo lugar em janeiro.Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Por Jenifer Alves
Rio - "Esse estado não tem justiça", diz Carla Roberta da Silva, companheira de Marcelo Guimarães, morto em janeiro deste ano, com um tiro no peito, quando passava ao lado de um blindado da PM. Na ocasião, era realizada uma ação policial na localidade conhecida como Tijolinho, mesmo local em que mototaxista Edvaldo Viana, de 42 anos, foi morto, na noite desta terça-feira (18), na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio. Segundo ela, a sensação ao ver a história se repetir é de impunidade e abandono.
"A verdade é que nas leis do nosso país não existe punição. O que eu faço todos os dias é orar e esperar a justiça de Deus, pois eu sei que a dele não falha. A fé e a esperança são as últimas que morrem. Mesmo não tendo punição nesse país eu oro a Deus todos os dias que os policiais sejam punidos que Marcelo não seja mais um para há estatística desse país", desabafou.
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Carla conta que também conhecia e Edvaldo e que viu um filme passar por sua cabeça. Sem Marcelo, ela cria, com a ajuda da família, os filhos de 5 e 19 anos. "Meu filho pergunta pelo pai, minha filha tenta ser forte para que eu seja forte. O pobre não pode ter um carro, uma moto, um relógio bom e se vestir bem porque ele é bandido?", desabafou.
No local onde Marcelo foi morto, artistas fizeram um desenho em homenagem ao marmorista. Carina, Guimarães, irmã de Marcelo, diz que passa frequentemente pelo local. 
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"Eu vi aquele homem ali como se fosse meu irmão. Eu passo todos os dias para ir para o meu trabalho e eu lembro daquela cena, era meu sangue ali no chão, sofro muito. Meu sobrinho, filho dele de cinco anos, evita até falar no nome dele", conta.
Questionada sobre processos instaurados sobre os policiais envolvidos na morte de Marcelo, a PM não respondeu. 
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