Falso médico desmascarado na UPA do Engenho Novo é ouvido pela Polícia Civil
Aleksandro Gueivara foi afastado após ter falhas como erros grosseiros de português em receitas identificadas pela direção
UPA do Engenho Novo, na Zona Norte do RioFernanda Dias/Agência O Dia
Por O Dia
Rio - Um falso médico que atendia na UPA do Engenho Novo, na Zona Norte, foi desmascarado pela direção da unidade nesta terça-feira. O profissional, que assinava como Aleksandro Gueivara, foi contratado há cerca de um mês pela Organização Social Viva Rio. Ele foi descoberto após erros grosseiros de português em receitas e por não ter CRM autorizado para atender no Rio.
"Eu errei, tô errado, era um sonho. Um sonho muito perigoso, eu brinquei com a saúde pública", disse o falso médico, em entrevista veiculada no programa RJTV 1ª Edição, da TV Globo, desta quarta-feira.
O caso surge menos de uma semana após outro falso médico ser descoberto e, nesse caso, preso pelo crime. Itamberg Saldanha prestava atendimento em ala amarela, destinada a pacientes com covid-19, na UPA de Realengo, em Realengo, na Zona Oeste. Na unidade, o falsário teria atendido mais de 3 mil pacientes. Há ainda indícios de que ele tenha atuado em pelo menos outras quatro UPAs, entre elas a de Bangu e Marechal Hermes.
A atuação de Aleksandro começou a se tornar suspeita para colegas da unidade que estranharam o fato de ele não utilizar sistema digital de receitas da unidade. Também chamaram atenção falhas grosseiras de português em receitas, como uma em que o profissional escreveu "potacio", quando quis dizer potássio. O CRM do falso médico também não estava registrado para atendimentos no Rio de Janeiro.
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De acordo com a Polícia Civil, o caso de Aleksandro Gueivara está em andamento na 25ª DP (Engenho Novo) onde foi instaurado um inquérito para apurar os possíveis crimes cometidos. O falso médico chegou a prestar depoimento na unidade policial, nesta terça-feira, mas foi liberado. Outras testemunhas também foram chamadas.
Pente fino
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Procurado, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) disse que irá encaminhar "um documento esta semana para as Secretarias estadual e municipais de Saúde, solicitando que os gestores realizem a revisão do cadastro dos profissionais contratados por empresas terceirizadas para atuar nas unidades públicas de saúde. Para o Cremerj, esta medida pode garantir a segurança dos pacientes e da boa prática médica no estado do Rio de Janeiro, portanto deve ser realizada o quanto antes e se coloca à disposição para auxiliar no que for preciso", conclui.