Os policiais militares envolvidos recebiam uma semanada de propina para que o esquema funcionasse. Os dois PMs do 6º BPM, que já tiveram passagem pelo 20º BPM, cumpriam ordens expressas de Zebu. Além deles, foram presos quatro militares do 20º BPM (Mesquita) e um do 21º BPM (São João do Meriti), por recebimento de propina. Um dos militares, Daniel Henrique Monsores, foi preso fardado, após ser chamado ao 20º BPM, onde era lotado.
Confira a lista dos presos:
1) Márcio Lima da Cunha, o Zebu - Sargento da PM preso desde 2018, chefe do grupo
2) Sandra Gonçalves Pacheco, mulher de Zebú
3) Eduardo Daniel Martins Neto, sargento do 20º BPM
4) Claudir Feital Ferreira, subtenente do 20º BPM
5) Daniel Henrique Monsores, cabo do 20º BPM
6) Luciano Maurício dos Santos, cabo do 20º BPM
7) Anderson Queima Pasch, sargento do 21º BPM
8)Jefferson Perru Alves, sargento do 6º BPM
9) Vitor Gomes do Vale, cabo do 6º BPM
10) Mauro Sérgio da Silva Coelho, gerente de cooperativa
11) Anderson Vilarinho, o "Péia", gerente de cooperativa
12) Ademir Cordeiro de Lima, recolhia propina
Além dos doze, também é alvo William da Costa Guimarães, gerente de cooperativa, que ficou com o mandado pendente nesta terça-feira. Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão.
A milícia recebia taxas de três cooperativas de transporte irregulares nos bairros de Jacutinga, Santo Elias e Vila Emil, em Mesquita. Dois gerentes das companhias também foram presos. "Essa milícia cobrava taxas para que as cooperativas circulassem livremente. O receptor do dinheiro era o Zebu, que recebia o montante na cadeia", conta a promotora do Gaeco Mariana Segadas. Era a mulher do sargento que entregava o dinheiro ao marido dentro do Batalhão Prisional da Polícia Militar (BEP), em Niterói. Sandra Pacheco também foi presa nesta terça-feira.
A investigação teve início a partir de uma denúncia do tipo notícia de fato, que foi investigada pelo Ministério Público e recebeu apoio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A Controladoria da PM participou da operação para o cumprimento dos mandados. A Delegacia de Repressão às Ações Crimisosas Organizadas (Draco), também participou da ação.
Segundo a promotora Mariana Segadas, não há informações sobre envolvimento do comando dos respectivos batalhões no esquema criminoso. Foi realizado pedido de afastamento imediato dos PMs investigados. A PM informou que será instaurado um procedimento apuratório no caso dos militares mencionados.
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