Coletiva sobre a Operação Coalizão pelo Bem, realizada na nesta desta sexta-feira (18), na Cidade da PolíciaEstefan Radocicz/ O DIA

Por Aline Cavalcante
Rio - Em coletiva sobre a Operação Coalizão pelo Bem, realizada na nesta desta sexta-feira (18), na Cidade da Polícia, o delegado Flavio Porto, diretor do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro do Rio de Janeiro, disse que criminosos de outros estados não irão encontrar facilidade no Rio. "Criminosos de outros estados que vêm para cá achando que o Rio de Janeiro é uma colônia de férias serão presos. Eles não terão boa vida aqui".
Paralelo à Coalizão do Bem, uma operação conjunta das polícias civis do Rio de Janeiro e do estado do norte, bloqueou contas do esquema do Comando Vermelho que chegou a movimentar R$ 127 milhões, em um ano e meio. "Queremos quebrar esse braço do crime. A movimentação de dinheiro eram de duas empresas do ramo de alimentação e laticínios, que camuflavam esse dinheiro do tráfico com o dinheiro lícito próprio. Isso foi descoberto através do trabalho integrado da Polícia do Rio e do Amazonas, além do Coaf", disse Porto.
Publicidade
Segundo o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil do Rio de Janeiro, a polícia trabalhou baseada em inteligência, investigação e ação. "Tínhamos informações de que bandidos do Pará eram responsáveis por assaltos a joalherias no Rio de Janeiro. Há 15 dias a polícia do Amazonas nos procurou para informar que traficantes de lá estariam se escondendo no Rio. E foi aí que avançamos nas investigações, em conjunto".

Rodrigo Oliveira reforçou que a polícia trabalhou dentro da lei e ressaltou que as operações no Rio não estão proibidas, mas restritas. "Reforço que a ação do tráfico determina o que a polícia vai fazer. Hoje o tráfico entendeu que não devia nos enfrentar. Isso é muito bom, porque não importa o endereço, se a opção for o enfrentamento, vamos vencer sempre. É o Estado que está aqui, lutando contra o tráfico".

Gabriel Batista, delegado do núcleo de Inteligência da Polícia Civil do Pará, falou sobre a atuação em conjunto com a polícia do Rio. "Tivemos quatro criminosos do Pará, envolvidos em assaltos na Zona Sul. Esses elementos cometeram crimes até contra agentes públicos do Pará. Não há lugar do Brasil que as polícias não estejam".

A delegada geral do Estado do Amazonas, Emília Ferraz, afirmou que esta ação é uma resposta aos ataques sofridos no estado no início de junho quando criminosos atacaram ônibus, prédios públicos além de viaturas depois da morte de um traficante.

"Fomos vítimas de ataques graves há pouco tempo, no Amazonas. E recebemos a informação de que a ordem dos ataques partiam daqui (do Rio) e entramos em contato com o secretário de segurança do Rio. A comunicação desses criminosos era feita por meio de WhatsApp, em grupos criados por eles. As ordens partiam dali e inclusive era oferecido guarita no Rio de Janeiro. Essa é a resposta do nosso governo é essa desarticulação completa da organização criminosa".
Ao todo foram 15 prisões nos estados do Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro. Além de apreensão de mais de 1 tonelada de drogas, granadas, munições, dentre elas a de calibre .50. No estado do Amazonas foram apreendidos cinco pessoas, quatro carros, além de R$ 13 mil. Um homem, apontado como o pai de um dos presos, atacou um policial e tentou roubar o fuzil do agente. Houve confronto e ele morreu. Em São Paulo foram feitas 2 prisões.

No Rio, oito pessoas foram presas e quatro pessoas foram baleadas, dentre elas, segundo a polícia, dois traficantes morreram, além de um adolescente de 16 anos. De acordo com a polícia, a morte do adolescente não tem relação com a operação. "No local onde ele foi baleado, não havia polícia presente e não houve embate com traficantes na localidade", afirmou o delegado Rodrigo Oliveira.