'Quanto mais se vacina, menor o risco de mutações', diz secretário após anúncio de sexta variante
Alexandre Chieppe reforçou importância de tomar a segunda dose da vacina. Segundo ele, ao contrário do restante do país, Rio já enfrentou terceira onda e está saindo dela. Governo desistiu de comprar 5 milhões de doses
Alexandre Chieppe - Estefan Radovicz / Agência O Dia
Alexandre ChieppeEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - O secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, falou sobre a confirmação da sexta variante da covid-19 no Rio, na manhã desta quarta-feira. A nova cepa foi identificada em Porto Real, no Sul Fluminense, e segundo o secretário, ainda não é possível afirmar que ela seja mais letal ou transmissível. Além disso, Chieppe explicou a importância de tomar a segunda dose da vacina.
"Enquanto esse vírus circula em humanos de forma intensa, há um risco de acontecer essas mutações. Com a pesquisa que estamos fazendo, são cerca de 800 sequenciamentos por mês, temos uma garantia maior de identificação de novas cepas. A identificação da nova cepa, a P5, é uma variante com uma variação discreta em relação a P1, que é o vírus que circula hoje aqui no estado do Rio, a gente ainda não sabe o impacto dela em termos de transmissibilidade ou de maior risco de evolução para as formas graves da doença. Ao que tudo indica, o comportamento dessa cepa é muito semelhante ao vírus que está circulando hoje aqui no estado. O fato é que quanto mais se avança na vacinação, menor a circulação do vírus entre humanos, menor também é a possibilidade de ocorrência dessas mutações", disse o secretário de saúde ao 'Bom Dia Rio', da TV Globo.
"Nós ampliamos a repescagem com os municípios justamente para possibilitar que as pessoas, que eventualmente perderam aquele prazo, possam voltar em qualquer período para poder tomar a vacina. É importante que as pessoas daquele grupo prioritário que perderam a vacina, possam se vacinar agora. Os estudos não mostram qual o impacto que tem o espaçamento tão grande entre a primeira e segunda dose. Exatamente pela falta de estudos, por precaução, a vacina deve ser tomada no período adequado. Se a pessoa perder o prazo, ela vai receber a vacina em qualquer momento que seja, mas não temos como medir a eficácia do imunizante aplicado nessas condições".
"Recebemos a informação da chegada das vacinas em São Paulo, mas ainda não há a confirmação do cronograma de entrega aqui no Rio. Obviamente que a gente está muito ansioso, porque é uma vacina com dose única e que a gente poderá aplicar rapidamente, principalmente, naqueles municípios que estão tendo falta da primeira dose da vacina".
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Em março deste ano, o governador Cláudio Castro chegou a autorizar a compra de cinco milhões de doses de vacina contra a covid-19, em articulação com o comitê formado pelos secretários da Casa Civil e da Saúde, além do procurador e do controlador-geral do estado. No entanto, Chieppe afirmou que isso não vai acontecer.
"Não vai haver compra por parte do Governo do Estado. Primeiro, porque não há ainda a possibilidade de entrega por nenhum fabricante, segundo, porque a velocidade de entrega agora por parte do Ministério da Saúde vem aumentando bastante. Nossa expectativa é de que, até para a gente garantir equidade na vacinação, toda vacina disponibilizada seja garantida pelo Ministério da Saúde e distribuída de forma igualitária para todos os estados".
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Na manhã desta quarta, os 92 municípios do estado recebem mais de um milhão de doses da vacina Oxford/Astrazeneca. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), todos os imunizastes serão destinados para a aplicação da segunda dose.
"Essas doses estão sendo disponibilizadas prioritariamente para a segunda dose. Hoje estamos fazendo um estudo em função da previsão de entrega na semana que vem, para liberar uma parte dessas doses para a primeira dose exatamente para que não haja falta em nenhum município. A gente está chegando na fase da segunda dose da AstraZeneca para aquelas pessoas que se vacinaram há três meses, então é importante garantir essa dose", disse Chieppe.
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O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde afirmou que o país está diante de uma terceira onda da covid-19. No entanto, Chiepp afirmou que o estado do Rio está saindo dessa fase e a tendência é de queda da ocupação de leitos.
"A gente ainda tá saindo, ao que tudo indica, de uma terceira onda. Na verdade, o Rio de Janeiro viveu uma terceira onda junto com São Paulo enquanto o resto do Brasil viveu uma segunda onda de transmissão, muito por conta da entrada da P1 no estado. Nossa taxa de ocupação de leitos tende a cair de forma lenta, entretanto, essa queda de temperatura obviamente preocupa neste momento, porque vem a sazonalidade das doenças respiratórias e com isso, a possibilidade do aumento da transmissão do coronavírus. A gente ainda não tem configurada uma nova onda no estado, os indicadores ainda estão em queda, mas a situação de alerta, principalmente por conta da gente ainda não ter parte da população vacinada e por conta da queda da temperatura que pode favorecer a transmissão dessas doenças".
O secretário também falou que a chegada do Inverno preocupa em relação ao aumento de casos da doença e aproveitou para fazer um apelo para que as pessoas procurem os postos de saúde para tomar a vacina da gripe.
"Há uma preocupação grande com a influenza, a cobertura vacinal ainda está baixa praticamente em todos os grupos. Então, há um apelo para as pessoas, a gente está chegando agora neste momento de transmissão também do vírus da gripe, que é uma doença muito grave que foi controlada graças a vacinação, então é importante que o público prioritário comparecem os postos. É uma vacina segura que estamos utilizando há muito tempo e que protege de uma doença que pode ser muito grave".
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