Lucas Azevedo Albino, de 18 anos, foi executado dentro de uma viaturaReprodução

Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, denunciou à Justiça, nesta quinta-feira, quatro policiais militares pela execução de Lucas Azevedo Albino, de 18 anos, na manhã do dia 30 de dezembro de 2018, com um tiro na cabeça dentro de uma viatura em Costa Barros, Zona Norte do Rio. Segundo o MPRJ, Sérgio Lopes Sobrinho, Bruno Rego Pereira dos Santos, Wilson da Silva Ribeiro e Luiz Henrique Ribeiro Silva foram denunciados pelo crime de homicídio duplamente qualificado, em ação típica de grupo de extermínio.
De acordo com o parquet fluminense, a vítima trafegava na garupa de uma moto quando, após tentativa de abordagem e breve perseguição policial, foi atingido no ombro e caiu no chão. Lucas permaneceu no local, enquanto o condutor, não identificado pelas investigações, conseguiu escapar, seguindo em direção ao Complexo da Pedreira. Logo em seguida, o jovem, ferido e ainda caído, dizia não ser bandido e apelava pela presença da mãe, quando foi colocado com vida na caçamba da viatura número 52-2505.
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"Alguns minutos depois, por volta de 7h15, durante o trajeto rumo ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, um dos denunciados, com vontade livre e consciente e inequívoco propósito homicida, em comunhão com os demais policiais militares, efetuou um segundo disparo de arma de fogo na cabeça de Lucas, provocando a fratura de todos os ossos do crânio, laceração do encéfalo e sua morte imediata, conforme descrito no laudo de necropsia. Para dar aparência de legalidade à execução, sob o pretexto de prestação de socorro, os policiais prosseguiram em deslocamento, transportando o cadáver até o hospital, onde teve sua entrada registrada às 7h32min", diz a denúncia.
O crime só foi esclarecido graças à Laura Ramos de Azevedo, mãe do jovem. Na época, ela apresentou uma fotografia que comprovava que Lucas foi colocado na viatura sem nenhum ferimento na cabeça e ainda vivo, o que corrobora a versão de execução a caminho do hospital.