Enterro de Jean Carlos estava cheio. Havia pelo menos 100 pessoas no localLucas Cardoso / Agência O Dia

Por Lucas Cardoso
Rio - "Nada confortará a saudade que sinto do meu irmão, mas as recordações ajudam a perceber que ele continua aqui no meu coração". Essa é a frase que estampa a camisa de dezenas de amigos e familiares de Jean Carlos dos Santos, de 22 anos, que acompanharam o sepultamento do músico, nesta quinta-feira, no cemitério Iguaçu Velho, em Nova Iguaçu na Baixada Fluminense. Cerca de 100 pessoas lotaram a entrada da Capela onde o corpo do jovem vítima de um tiroteio entre milicianos, no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, foi velado.
A despedida estava marcada para às 13h, mas por volta de 15h30 o corpo chegou ao cemitério. Abalada, a mãe do jovem, Telma Cardoso, preferiu não falar sobre a morte do filho. O último adeus terminou com uma salva de palmas. Um amigo do jovem chegou a ajudar despejar terra sobre o caixão.
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Último adeus ao jovem Jean Carlos - Lucas Cardoso / Agência O Dia
Último adeus ao jovem Jean CarlosLucas Cardoso / Agência O Dia


Quem era próximo de Jean Carlos, comenta que ele era amigo de todos e que não tinha desavenças com ninguém. "Era um exemplo de amigo, de pai e de profissional para todos nós", comenta um dos colegas de palco, Iuri Rosa, de 23.

Segundo Marcos Paulo, que tocava pandeiro ao lado de Jean, ele iria viajar para realizar suas primeiras apresentações fora do Rio. "A gente vinha crescendo com ele. Sempre empurrou todo mundo. É mais uma vida, uma carreira interrompida brutalmente no Rio", lamenta.

As amigas e vizinhas de Jean, Isabel e Isabele Tomaz, de 23 anos, contam que ele tinha aberto recentemente uma barbearia no terreno da casa onde morava, no Marambaia. "Sempre foi um garoto que corria atrás dos seus sonhos", pontuou.

Ainda segundo as irmãs, Jean começou a cantar na igreja e já dava indícios de que seria artista. "Uma perda inesperada, inexplicável para todos nós. Fica a tristeza da família e dos amigos", afirma.