MPRJ aponta que acusado de matar Marielle fez pesquisas sobre vítimas de assassinatos
De acordo com os dados analisados, há indícios que Ronnie Lessa cometeu esses assassinatos. Ele fazia pesquisas das vítimas, com objetivo de conseguir dados pessoais, em datas próximas aos crimes
Ronnie Lessa, apontado como o executor de Marielle Franco e Anderson Gomes - Divulgação
Ronnie Lessa, apontado como o executor de Marielle Franco e Anderson GomesDivulgação
Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) identificou indícios de envolvimento de Ronnie Lessa - um dos acusados de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em 2018 - em outros quatro homicídios. De acordo com o MP, foram feitas investigações e análises de documentos e celulares apreendidos na casa do sargento reformado da Polícia Militar. O material apreendido indica que Lessa fez pesquisas sobre as vítimas. A informação foi publicada no jornal 'O Globo' e confirmada pelo Ministério Público ao DIA.
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A Força-tarefa que investiga a morte de Marielle apreendeu o material durante uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão. Ao analisar os dados dos telefones, os investigadores apontaram um possível envolvimento do PM em assassinatos de 2006 e 2007. Lessa fazia pesquisas das vítimas, com objetivo de conseguir dados pessoais, em datas próximas aos crimes.
"Os elementos que vêm sendo angariados estão sendo remetidos aos promotores naturais, responsáveis pela condução dos inquéritos policiais", informou o MP.
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Ronnie foi preso em março de 2019, suspeito de ser o responsável pelos disparos que atingiram Marielle e Anderson, em março de 2018, no Estácio, Região Central do Rio. Lessa é apontado como o autor dos disparos e estaria no banco de trás do carro. Junto com ele, foi preso o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, que é apontado como o motorista do carro usado no crime para seguir a vereadora.
Na época da prisão, 117 fuzis da plataforma M-16 foram encontrados na casa de um amigo de Lessa. As armas estavam desmontadas em caixas e foram avaliadas em mais de R$ 3 milhões.
Em julho, o PM reformado foi indiciado por tráfico internacional de armas. De acordo com as investigações da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), Lessa comprava peças e acessórios de armas desmontadas, desde 2014, em sites da China, Nova Zelândia e Estados Unidos.
Na esfera criminal, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz respondem pelo duplo homicídio de Marielle e Anderson e pela tentativa de assassinato contra uma ex-assessora que estava no carro no momento do ataque, mas escapou com vida. Os dois ex-policiais estão presos preventivamente desde março de 2019 em Porto Velho, Rondônia, e responderão pelos crimes em tribunal do júri.
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