Unidade do Degase na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de JaneiroDivulgação

Por O Dia
Rio - A Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) informou, neste sábado, 3, que a agente de segurança socioeducativa Mariza Werneck será a nova diretora do Centro de Socioeducação Professor Antônio Carlos Gomes da Costa (PACGC), unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase). Nesta sexta-feira, 2, cinco agentes e o diretor da instituição foram afastados por suspeita de abusos sexuais contra adolescentes internas. 
Uma das vítimas tem apenas 13 anos e outras duas ficaram grávidas dentro da unidade. Uma delas sofreu aborto espontâneo. Na denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) e reiterada pela Defensoria Pública do Estado, algumas jovens privadas de liberdade relataram os abusos dentro da unidade.
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Após as denúncias, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), exonerou o diretor-geral do Degase e o corregedor do órgão. Castro também determinou ao secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, que a corporação apure as denúncias com todo o rigor. A Secretaria de Vitimados irá prestar auxílio às internas e seus familiares.
Denúncia
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A denúncia entregue à Justiça do Rio mostra uma série de episódios de abusos contra as internas. Os agentes Edilson Mendes de Araújo e Alisson Pires Barreto são apontados como autores dos abusos. Em depoimento, as menores disseram que os agentes Lucídio Ramos Martins e Thais Bernardes Sales Bento, além do diretor da unidade, Leonardo Lúcio de Souza, sabiam dos atos abusivos. Na denúncia, ainda aparece o nome do agente Raphael Peçanha Barreto, que coordenou um dos plantões na unidade.
Algumas meninas relataram ter tido relações com os agentes sem uso de preservativo. A menor de 13 anos contou que foi obrigada a ter relações com um deles para conseguir fazer uma ligação para a mãe. As meninas afirmaram que os abusos aconteciam fora do alcance das câmeras de segurança.
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Em depoimento, uma adolescente detalhou que os agentes ofertavam a elas celulares, balas e lanches em troca de sexo. Uma interna menina, hoje com 19 anos, afirmou que os abusos são antigos. Ainda em depoimento, a jovem disse que os agentes "não deveriam trabalhar em nenhuma unidade devido seu comportamento".