Força-tarefa da Polícia Civil faz operação contra braços de finanças da milíciaDivulgação

Rio - A Força-tarefa da Polícia Civil realiza nesta quarta-feira (21) uma grande operação para sufocar as principais fontes de renda da milícia do Rio. Agentes de várias delegacias especializadas cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em bairros da Zona Oeste do Rio e em municípios da Baixada Fluminense.
A ação foi realizada por delegacias do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e pela equipe da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), com apoio de informações do Disque-Denúncia. No total, 18 pessoas foram presas. De acordo com as investigações da Polícia Civil, a milícia atua em diversos braços financeiros para alavancar a renda. 
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Entre os presos desta quarta-feira, está o miliciano Arilson Lopes de Amorim, vulgo Arilso, integrante da milícia controlada pelo ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Belford Roxo, Marcinho Bombeiro, preso em 2019. Arilso foi preso por agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco).
A Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) prendeu o chefe da milícia da comunidade do Rodo, em Santa Cruz, na Zona Oeste. Bruno Lima Luiz, vulgo Bruninho do João XXIII, era procurado pelos crimes de roubo majorado e estupro. Segundo as investigações, ele era homem da confiança dede Wellington da Silva Braga, o "Ecko", e, mesmo após sua morte, continuava com o domínio territorial da região.

A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) prendeu um homem responsável por vários loteamentos clandestinos em Campo Grande, na Zona Oeste. Dois outros dois corretores da milícia foram presos na ação. Em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, a Draco prendeu um miliciano que atuava no bairro Andrade de Araújo e responde pelos crimes de homicídio qualificado e organização criminosa. Também foi preso um acusado pelos crimes de roubo, estupro e associação criminosa.

A Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter) prendeu um responsável por homicídios e cobranças da organização criminosa em Itaguaí, na Baixada Fluminense. A Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) prendeu um assassino da milícia com várias anotações pelo mesmo crime.

A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) fecharam depósitos de gás clandestinos explorados pelo miliciano Danilo Dias Lima, o "Tandera", e provedores ilegais de internet. A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) estourou locais que comercializavam produtos piratas e TVs Box. A Delegacia do Consumidor (Decon) e a Delegacia Fazendária (Delfaz) também interditaram estabelecimentos comerciais explorados pela milícia.
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Segundo as investigações da Polícia Civil, entre os crimes praticados pela milícia estão;
- cobranças irregulares de taxas de segurança e de moradia;
- instalações de centrais clandestinas de TV a cabo e de internet;
- armazenamento e comércio irregular de botijões de gás e água;
- empresas de GNV ilegais;
- parcelamento irregular de solo urbano;
- exploração e construções irregulares, areais e outros crimes ambientais;
- comercialização de produtos falsificados e contrabando;
- transporte alternativo irregular;
- estabelecimentos comerciais explorados pela milícia e utilizados para lavagem de dinheiro.