Cerca de 200 kg de ração foram arrecadados neste sábadoArquivo Pessoal
Para o vereador Dr. Marcos Paulo, presidente da Comissão de Saúde Animal, o auxílio temporário oferecido pela SMPDA tem que vir acompanhado de um programa de apoio e auxílio permanente às ONGS de proteção animal, envolvendo também recursos estaduais. A Comissão de Saúde Animal está acionando a Secretaria Estadual de Agricultura, que também cuida da causa animal, para cobrar que o Governo Estadual também se envolva na busca de políticas públicas emergenciais voltadas ao grave problema dos animais abandonados na cidade.
“As ONGs e protetoras realizam o papel que, por obrigação constitucional, deveria ser desempenhado pelo poder público. A pandemia agravou muito o abandono de animais, a prefeitura não resgata esses animais, e todas as ONGs e abrigos enfrentam superlotação e dificuldades financeiras. Só na Suipa são mais de dois mil cães e gatos abrigados, que precisam ser alimentados, medicados e cuidados todos os dias, um número 3 vezes superior ao de animais que vivem no abrigo público municipal do RJ. O poder público precisa apresentar soluções concretas para manter as portas abertas da Suipa e das outras instituições, que fazem o trabalho essencial que prefeitura e estado não dão conta de prover”, ressalta Dr. Marcos Paulo.
Sem nenhum apoio governamental, a situação da Suipa começou a se agravar na década de 1990, quando o Governo Federal tirou dois títulos da entidade: o de Utilidade Pública Federal e de entidade filantrópica, retirado pelo então Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Segundo a direção da entidade, a perda dos títulos gerou encargos que, somados ao grande número de animais abandonados na cidade e à progressiva redução no número de doadores, criaram um ambiente administrativo insustentável.
De acordo com Marcelo Mattos, presidente da Suipa, os animais abrigados na instituição consomem cerca de uma tonelada de ração diariamente. A unidade conta com cerca de 100 funcionários admitidos em regime de CLT e há meses enfrentam grandes dificuldades para manter o pagamento dos salários dos profissionais que cuidam dos animais.
“Com a divulgação de nossa situação, felizmente temos recebido muitas mensagens da sociedade civil, mas precisamos contar com um compromisso maior do poder público. A Suipa realiza um serviço fundamental para a cidade, mas não é devidamente reconhecida pelos governos. Toda ajuda da população continua sendo bem vinda, mas sem a parceria da prefeitura e do governo estadual, o abandono de animais e a crise só vão se agravar. Não só aqui, mas em todas as ONGs de proteção animal”, alerta Marcelo Mattos, presidente da Suipa.
Em 2010, a Suipa tinha 14 mil associados, atualmente são apenas seis mil. A pandemia da covid-19 agravou ainda mais a situação, além da redução da receita, o número de abandonos cresceu muito na cidade. E nenhuma outra ONG de proteção Animal recebe mais animais abandonados do que a Suipa.
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